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COSTA DO MARFIM

Ouattara reeleito presidente da Costa do Marfim

Alassane Ouattara foi reeleito para a presidência da Costa do Marfim com mais de 83% dos votos, de acordo com dados divulgados hoje pelas autoridades eleitorais. A taxa de participação no escrutínio de domingo teria ultrapassado os 54%.

O presidente marfinense Alassane Ouattara em Gagnoa a 28 de Setembro de 2015.
O presidente marfinense Alassane Ouattara em Gagnoa a 28 de Setembro de 2015. AFP FOTO / ISSOUF SANOGO
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Ouattara é assim reeleito para um segundo mandato de cinco anos, logo à primeira volta.

O segundo candidato mais votado foi Pascal Affi N'Guessan, chefe da Frente patriótica marfinense, FPI, que obteve apenas 9,2% dos votos. No entanto o movimento esteve dividido, com alguns sectores a apelarem ao boicote.

A desistência de três candidatos antes da primeira voltou veio dificultar ainda mais a tarefa da oposição perante o chefe de Estado cessante.

A participação foi escassa nos antigos feudos do antigo presidente Laurent Gbagbo. Este está detido em Haia no Tribunal Penal Internacional desde 2011 aguardando o seu julgamento por crimes contra a humanidade.

A locomotiva da África ocidental que é a Costa do Marfim padecera dos efeitos da guerra civil de 2010-2011 após as disputadas últimas eleições presidenciais com o presidente cessante, Laurent Gbagbo, a autoproclamar-se vencedor e a tomar posse, não obstante a vitória nas urnas do seu rival, Alassane Ouattara.

O país conhece agora um franco crescimento económico o que poderá ter facilitado a vitória do antigo responsável do Fundo monetário internacional nas urnas.

O chefe de Estado agora reeleito prometeu alterar a constituição por achar que a mesma se encontra obsoleta. Em causa está, nomeadamente, o dispositivo acerca da nacionalidade dos candidatos à magistratura suprema.

A Constituição actual, adoptada por referendo em Julho de 2000, na sequência do golpe militar de finais de Dezembro de 1999, estipula que um candidato às eleições presidenciais deve provar que ambos os pais são marfinenses nascidos em território nacional. Eles também nunca devem ter requerido a nacionalidade de nenhum outro país.

As origens estrangeiras de Ouattara, com raízes no Burkina Faso, foram um argumento dos detractores para lhe tentarem vedar o acesso à magistratura suprema marfinense.

Ao evocar os desafios que esperam o Presidente reeleito, Eduardo Costa Dias, especialista da África Francófona do Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa, considera que a dimensão da vitória de Ouattara bem como a taxa de participação dos eleitores são bons resultados mas que isto não significa que a sociedade marfinense não esteja dividida.

03:56

Eduardo Costa Dias, analista do Centro de Estudos Africanos do Instituto Universitário de Lisboa entrevistado por Liliana Henriques

 

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