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FRANÇA/ÁFRICA LUSÓFONA

Pelo menos 7 mortos em atentados de Paris chocam África e o mundo

Foram abatidos pelas forças da ordem ao final da tarde ao nordeste de Paris os dois presumíveis autores do massacre de 12 pessoas há dois dias atrás no jornal satírico Charlie Hebdo. No dia em que a polícia acabou por matar o autor de um sequestro numa mercearia judaica a leste da capital. Este teria abatido no local 4 pessoas e era suspeito da morte ontem de uma mulher polícia na região parisiense.

Forças da ordem francesas em Dammartin-en-Goële, onde estavam barricados os irmãos Kouachi.
Forças da ordem francesas em Dammartin-en-Goële, onde estavam barricados os irmãos Kouachi. KENZO TRIBOUILLARD / AFP
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Foi ao fim da tarde e após longas horas de cerco à gráfica de Dammartin, zona industrial ao nordeste da capital, que as forças de segurança francesas conseguiram por cobro ao sequestro... com a morte dos agressores, o refém nas mãos dos raptores saíu são e salvo.

Os dois irmãos Said e Chérif Kouachi teriam saído do interior a disparar sobre as forças de segurança antes de serem neutralizados.

Eles eram os presumíveis autores do massacre de quarta-feira em Paris no jornal satírico Charlie Hebdo, e tinham ali penetrado ao inicio da manhã e feito um refém no interior, alegando querer acabar como mártires

Momentos antes eles tinham roubado um carro tendo procurado rumar de novo até à capital, antes de serem obrigados a desistir devido ao fortíssimo aparato policial na área.

Jà que anteriormente o funcionário de uma bomba de gasolina os reconhecera.

O português Luís Silva ficou barricado o dia todo devido à operação em Dammartin e relatou a Carina Branco o cenário que ali se viveu.

01:11

Testemunho de Luís Silva, residente em Dammartin, a nordeste de Paris, alvo hoje de sequestro mortífero

As autoridades alegam que os dois franceses de origem magrebina que teriam abatido doze pessoas em plena redacção do jornal parisiense há dois dias atràs seriam conhecidos de Ahmed Coulibaly.

Este teria alvejado mortalmente ontem uma mulher policia em Montrouge, perto de Paris.

Coulibaly que teria abatido hoje pelo menos quatro pessoas, ele que protagonizara esta tarde um sequestro numa merceria judaica perto de um acesso leste da capital.

A brasileira Augusta Reis contou a Carina Branco o cerco que a polícia ali instalara.

01:11

Testemunho de Augusta Reis, porte de Vincennes, uma das entradas de Paris, hoje alvo de um sequestro mortífero

Ao fim de cerca de quatro horas as forças de segurança tomaram também de assalto aquele recinto pondo cobro ao cerco ali instalado e matando o autor do sequestro, quatro outras pessoas estão gravemente feridas.

Paris inteira sustinha a respiração desde o inicio da manhã com muitos eixos rodoviários cortados em torno dos dois locais onde decorriam os sequestros que acabaram, pois, hà instantes com a morte dos respectivos protagonistas e não só.

Na origem da carnificina no jornal satírico Charlie Hebdo poderiam estar caricaturas do profeta Maomé publicadas por este órgão, já que após o massacre os autores teriam alegado ter vingado o profeta e aniquilado aquele semanário.

Um evento que suscitou uma condenação planetária denunciando a gravidade do ataque à liberdade de expressão e liberdade de imprensa.

Kadré Désiré Ouédraogo, presidente da Comissão da CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África ocidental, em visita hoje à RFI, demonstrou a solidariedade daquela organização, incluindo Cabo Verde e a Guiné-Bissau, com a França.

00:58

Kadré Désiré Ouédraogo, presidente da comissão da Comunidade económica dos Estados da África ocidental

Em Cabo Verde os profissionais da comunicação social entregaram hoje na embaixada francesa da Cidade da Praia uma carta de solidariedade para com os jornalistas gauleses e os familares das vítimas como afirmou Carla Lima, presidente da Associação sindical dos jornalistas de Cabo Verde, a João Matos.

05:54

Carla Lima, Jornalista e Presidente AJOC, Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde

Em São Tomé e Príncipe a classe dos jornalistas fez também questão em condenar o ataque contra os colegas franceses, as autoridades do arquipélago também adoptaram a mesma postura como nos relata Maximino Carlos, correspondente na capital são-tomense.

01:25

Correspondência de São Tomé e Príncipe

 Uma forte mobilização é aguardada no domingo em Paris em torno de uma marcha de repúdio aos ataques contra a liberdade da imprensa em França.

Os principais dirigentes europeus, incluindo o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o espanhol Mariano Rajoy, a chanceler alemã Angela Merkel, o italiano Matteo Renzi, os dirigentes europeus Jean-Claude Juncker, Donald Tusk e Federica Mogherini, também já confirmaram a sua presença numa marcha que contará com a presença do presidente francês.

O semanário Charlie Hebdo fora já no passado alvo de ataques e ameaças, um órgão que por várias vezes publicara, nomeadamente, caricaturas do profeta da religião muçulmana. Maomé cuja representação figurativa não seria tolerada pelo Islão.

Muitos outros órgãos de comunicação franceses envidam esforços para viabilizar a manutenção do jornal satírico em causa, acolhido provisoriamente no diário Libération. O Charlie Hebdo que estava já em má postura económica.

Outros ataques contra órgãos de comunicação social franceses já ocorreram no passado.

Em 2013 a televisão BFM e o diário Libération foram palco também de uma agressão armada em Paris que fizera vários feridos.

 

 

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