Acesso ao principal conteúdo
Guiné-Bissau

Carlos Gomes Júnior pede garantias à ONU para participar nas eleições da Guiné-Bissau

Em carta dirigida hoje ao Secretário-Geral das Nações Unidas, o antigo primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior pediu que "garanta e assegure" o seu direito a concorrer às eleições presidenciais de 16 de Março na Guiné-Bissau.

Primeiro-Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior.
Primeiro-Ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior. Liliana Henriques / RFI
Publicidade

Nesta missiva a Ban Ki-Moon, o chefe do executivo guineense deposto em Abril de 2012 diz que as autoridades de transição são obstáculos a um "processo eleitoral livre, justo e inclusivo" e denuncia um clima de violência física contra opositores. Neste sentido, Carlos Gomes Júnior reclama que sejam promovidas "todas as medidas necessárias, justas e apropriadas que permitam garantir a segurança e a verdadeira democraticidade dos importantes actos eleitorais que se avizinham na República da Guiné-Bissau".

Ao explicar em entrevista à RFI os motivos desta carta, Carlos Gomes Júnior dá conta da sua preocupação quanto à situação do seu país, refere que a "comunidade internacional tem que tomar as suas responsabilidades" e considera que "para além das eleições, há questões prévias que devem ser observadas".

01:32

Carlos Gomes Júnior entrevistado por Liliana Henriques

As Forças Armadas Guineenses frequentemente colocadas em acusação não só pelo primeiro-ministro deposto como pela própria comunidade internacional deram hoje o seu ponto de vista sobre a situação do país. No quadro de um evento oficial em Bissau, António Indjai, chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau declarou que o governo tem que garantir que as eleições decorram a 16 de março e ameaçou responsabilizar quem perturbar o processo. Contudo, para Carlos Gomes Júnior, o "factor perturbador" parece ser nitidamente o exército. Na óptica do antigo governante, "fazer as eleições perante as Forças Armadas que deram o golpe, sem haver nenhuma mudança, é a mesma coisa que as Nações Unidas deitarem o dinheiro à rua".

01:37

Carlos Gomes Júnior entrevistado por Liliana Henriques

Neste quadro sombrio da Guiné-Bissau esboçado por Carlos Gomes Júnior, a opinião do primeiro-ministro deposto não é excepção. Entrevistado em Addis Abeba onde participa na Cimeira da União Africana, o diplomata São-Tomense Ovídeo Pequeno, actual representante da União Africana em Bissau, explicou à enviada especial Neidy Ribeiro o que a Guiné-Bissau perde por estar suspensa da organização pan-africana desde o golpe de Abril de 2012.

00:40

Ovideo Pequeno entrevistado pela enviada especial Neidy Ribeiro

Paralelamente, no terreno, foi hoje notícia na Guiné-Bissau a inauguração do porto comercial do Alto Bandim, nos arredores da capital. O empreendimento conjuntamente financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pela União Europeia e pelo Governo da Guiné-Bissau num total de 5,8 milhões de Euros ambiciona a criação de cerca de 4 mil empregos. Mais pormenores com o correspondente da RFI em Bissau, Mussa Baldé. 

01:21

Mussa Baldé, correspondente da RFI em Bissau

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.