11 anos de cadeia para jornalistas suecos na Etiópia

Dois jornalistas suecos foram condenados, nesta terça-feira, a 11 anos de cadeia por assistência a um grupo separatista e por entrada ilegal na Etiópia Ambos, haviam sido detidos no início de Julho, no âmbito de uma operação do exército na província de Ogaden.

Martin Schibbye e Johan Persson, filmedos pelo exército a 1 de Julho de 2011.

Martin Schibbye, repórter, e Johnan Persson, fotógrafo, vinham da região autónoma somali de Puntland, na companhia de um grupo de combatentes da Frente de Libertação Nacional de Ogaden. Foram capturados durante um confronto entre o Exército etíope e este movimento. Depois foram acusados de apoiar o terrorismo no país.

Martin Schibbye e Johan Persson estavam a produzir uma peça sobre as operações da empresa petrolífera sueca Lundin Petroleum em Ogaden. De sublinhar, Ogaden é uma região da Etiópia que luta, desde a década de 70, pela autodeterminação.

Os dois profissionais admitem a entrada ilegal no país, pela fronteira com a Somália, contudo ressalvam que as relações com os rebeldes se resumiam à entrada naquela região da Etiópia.

Em entrevista a Miguel Martins, Vítor Nogueira, da Amnistia Internacional, diz que o julgamento dos dois jornalistas não foi "justo" e a pena é "desproporcionada".

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Vítor Nogueira, Amnistia Internacional