Cartas de Mandela em 22 países
Uma nova compilação de documentos pessoais de Nelson Mandela revela a dor que sentia na prisão por estar longe da família, durante as quase três décadas em que esteve preso pelo regime do Apartheid, assim como seu desconforto com a idealização da sua imagem.
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Excertos de "Conversas comigo mesmo", que será lançado hoje, foram publicados em jornais sul-africanos e britânicos neste domingo. No livro, Mandela aborda todo tipo de assuntos, dos perigos da corrupção no poder, à profunda tristeza que sentiu pela morte do filho.
São décadas de cartas, diários e gravações pessoais, reunidas e organizadas pela sua fundação, num projecto cuja principal meta é mostrar o homem por detrás do ícone.
Aos 92 anos, Mandela diz que não quer ser lembrado como um santo, acima do bem e do mal.
"Uma coisa que me preocupava profudamente na prisão era a imagem falsa que eu inadvertidamente projectei para o mundo; era ser considerado um santo", revela um excerto do livro, publicado no Sunday Times sul-africano.
"Nunca fui um santo…".
Mandela foi mantido preso durante 27 anos. Libertado em 1990, liderou as negociações com o governo que culminaram na sua eleição como o primeiro presidente negro da história do país, em 1994.
Deixou o poder em 1999, depois de um mandato como presidente.
O livro parece convidar o leitor a uma reflexão mais ampla sobre a sua vida, ao mesmo tempo em que foca o enorme sacrifício pessoal pelo fim do Apartheid.
Nas cartas escritas na prisão para a família, Mandela dizia sentir-se impotente por não poder ajudar a mulher, Winnie, e os filhos.
Conversations with Myself (Conversas comigo mesmo), é hoje publicado em 22 países e em 20 línguas diferentes.
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