Libéria: grande manifestação adiada para 6 de Janeiro
Adiada para 6 de Janeiro a grande manifestação contra o presidente George Weah. O colectivo das associações da sociedade civil, apoiado pela oposição, reclama melhoria das condições de vida num país onde 80% da população vive com menos de 1,25 dólar por dia.
Publicado a: Modificado a:
O apelo à manifestação foi mantido até ontem à noite, mesmo depois da proibição decretada pelas autoridades, por receio de violência. As autoridades da Libéria justificaram a proibição com a incapacidade de garantir as medidas de segurança necessárias para a manifestação, mesmo que a oposição assegurasse tratar-se de um protesto pacífico.
A grande manifestação estava prevista para esta segunda-feira, tinha sido convocada na semana passada, após uma reunião entre o Governo e o Conselho dos Patriotas, grupo liderado por Henry Costa. Foi o feroz opositor ao presidente Weah que anunciou a nova data para o protesto, 6 de Janeiro de 2020.
Mediante a mediação de última hora da ONU e CEDEAO, os opositores ao presidente do país, no poder desde 2018, aceitaram rever as suas estratégias. “Estamos aqui para vos dizer porque é que não estamos na rua como seria suposto”, começou por explicar, em conferência de imprensa, em Monróvia, o dirigente do Conselho dos Patriotas, que acrescentou que “eles [representantes da Cedeao e ONU] ter-se-iam encontrado com o Governo para o informar de que é inaceitável o adiamento de um direito constitucional [direito de manifestar]”.
“Nós rejeitamos a nova data proposta pelo Governo, dia 5 de Janeiro, porque é um domingo. Propomos o dia 6 de Janeiro. Também rejeitamos a proposta governamental para manifestarmos num estádio de futebol”, sublinhou Henry Costa. A manifestação inicial estava prevista decorrer junto ao Parlamento.
Desde há vários dias que a comunidade internacional apela ao Governo e à oposição para redobrarem esforços no sentido de encontrarem um compromisso, num país afectado pela pobreza, desvalorização da moeda e inflação, e feridas ainda abertas de uma guerra civil destruidora.
George Weah chegou à liderança da Libéria em Janeiro de 2018. A antiga glória do futebol mundial tinha como promessa de campanha a luta contra a pobreza. Mas uma das principais críticas que lhe é apontada é, precisamente, a forma como a economia do país tem sido tratada.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro