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Direito/China

China: etnia uigur perante a lavagem cerebral

Documentos obtidos pelo Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação e publicado no domingo por dezassete jornais através do mundo, detalham os regulamentos draconianos, que regem os centros de retenção existentes em Xinjiang, vasta região do noroeste da China,de predominância muçulmana. Num dos documentos está especificado, que os detidos devem ser vigiados constantemente, até mesmo quando vão à casa de banho, de forma a prevenir quaisquer riscos de fuga.

Uma manifestação em Nova Iorque a favor da libertação dos Uigures no dia 5 de Fevereiro de 2019 .
Uma manifestação em Nova Iorque a favor da libertação dos Uigures no dia 5 de Fevereiro de 2019 . TIMOTHY A. CLARY / AFP
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Perante a divulgação dos agora denominados "China Cables", pelo Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação ( ICIJ), o governo de Pequim qualificou as informações de "invenções" .

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang, acusou alguns media de recorrer a métodos desprezíveis, para exagerar a situação na província de XinJiang.

De acordo com o Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigaçãoos documentos divulgados lançam uma luz bem crua sobre os centros ditos de formação profissional, onde estariam detidos mais de um milhão de muçulmanos, principalmente da etnia uigur.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, mais de um milhão de pessoas muçulmanas estão presas em campos de reeducação política.

Pequim refuta o citado número e evoca a existência de "centros de formação profissional" destinados a lutar contra a radicalização islamista, em resposta à uma série de atentados sangrentos atribuídos, nestes últimos anos, a militantes uigures .

As informações reveladas por dezassete orgãos da imprensa interncional, são publicadas uma semana depois, do diário americano New York Times ter obtido mais de 400 páginas de documentos internos às autoridades chinesas, entre os quais discursos do presidente Xi Jinping que lançava desde 2014 um apelo, para que se lutasse sem tréguas contra o terrorismo e o separatismo na província de Xinjiang.

De acordo com os documentos, os guardas ,dos referidos centros de retenção, não são autorizados a manter relações de amizade com os detidos a fim de evitar os riscos de conspiração.

James Leibold, especialista das minorias étnicas chinesas, na Universidade australiana La Trobe, afirma que os documentos publicados pelo ICIJ (Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação) atestam através das palavras do próprio Partido Comunista, no poder, "a natureza calculada e coerciva, bem como extra-judicial as detenções" aplicadas aos uigures muçulmanos.

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