Costa de Marfim: amnistia contempla Simone Gbagbo
O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara anunciou na segunda-feira, que o seu executivo tinha tomada a decisão de libertar mais de setecentos cidadãos detidos ou condenadas por infracções cometidas durante o período posterior às controversas eleições de 2010, que resultou em milhares de mortos e no envio para julgamento do antigo Chefe de Estado marfinense Laurent Gbagbo ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
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No âmbito de uma amnistia proclamada pelo Presidente Alassane Ouattara, a antiga primeira dama da Costa do Marfim, Simone Gbagbo, condenada a 20 anos de prisão por envolvimento na crise pós-eleitoral de 2010, será libertada na quarta-feira.
A esposa do ex-presidente Laurent Gbagbo esteve presa durante sete anos, devido ao seu papel na violência que assolou o país da África ocidental entre fins de 2010 e princípios de 2011, após a eleição presidencial.
A vaga de violência resultou em milhares de mortos durante os confrontos entre os partidários de Alassane Ouattara e de Laurent Gbagbo.
Nas vésperas da celebração do dia da Independência da Costa do Marfim,o Presidente Ouattara anunciou a amnistia para Simone Gbagbo,69 anos de idade, e cerca de 800 cidadãos marfinenses, em nome da reconciliação nacional.
Presidente Alassane Ouattara
Devido ao meu apego à paz e à uma verdadeira reconciliação eu assinei, na segunda-feira, 6 de Agosto de 2018, um decreto proclamando a amnistia.
Esta amnistia beneficiará cerca de 800 cidadãos nossos, detidos ou condenados por infracções relacionadas com a crise pós-eleitoral de 2010, que vão ser brevemente libertados.
Entre estes figuram nomeadamente a Senhora Simone Ehivet Gbagbo, o Senhor Mida Kouassi, Assoua Adou, Souleimane Kamaraté,vulgo Soul to Soul. Trata-se de uma medida de clemência de toda a Nação, para com as suas filhas e filhos". ( Alassane Outtara )
De acordo com Rodrigue Dadje, advogado de Simone Gbagbo, a ex-primeira dama que recuperará a sua liberdade na quarta-feira, afirmou sentir-se feliz com a notícia da sua libertação.A senhora Gbagbo foi inicialmente detida em 2011 sem julgamento e em seguida condenada à 20 anos de prisão em 2015.
Ela foi acusada de estar implicada no bombardeamento de um mercado, num bairro de Abidjan cujos habitantes apoiavam o actual Presidente Alassane Ouattara, assim como de pertencer a uma célula de crise que alegadamente coordenava os ataques das forças armadas e das milícias favoráveis ao seu esposo, Laurent Gbagbo .
Este último está preso no Tribunal Penal Internacional em Haia, há sete anos .O seu julgamento por crimes contra a humanidade teve início em 2016.
O referido orgão judicial tinha também emitido em Fevereiro de 2012, um mandado de captura contra Simone Gbagbo,todavia em 2016, o Presidente Outtara decidiu que mais nenhum cidadão da Costa do Marfim seria enviado para julgamento ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
Cerca de 3000 pessoas morreram durante a vaga de violência que eclodiu em Abidjan,depois da eleição presidencial de Novembro de 2010, quando Laurent Gbagbo recusou aceitar a sua derrota eleitoral frente a Alassane Ouattara, seu principal adversário, após uma vigência de dez anos no poder.
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