Presidente Macron apela para que França reconheça o que fez em Nova Caledónia
A seis meses do referendo que deverá decidir o futuro da Nova Caledónia, o Presidente Emmanuel que se econtra de visita ao arquipélago francês do Pacífico, lançou um apelo para que não haja um retrocesso histórico. Primeiro Chefe de Estado francês a visitar a ilha de Ouvéa, região em que decorreu um confronto sangrento entre militantes independentistas e forças policiais francesas em 5 de Maio de 1988,Emmanuel Macron, aproveitou a ocasião para fazer alusão "às dores da colonização".
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O confronto da gruta de Ouvéa em 05 de Maio de 1988, resultou em 21 mortos,dos quais 19 kanaks e dois polícias. Entre os kanaks alguns foram executados.
As feridas causadas pela tragédia há trinta anos, permanecem vivas na memória do povo kanak, antes do referendo do dia 4 de Novembro, que deverá determinar o futuro do arquipélago francês do Pacífico, onde a história das relações com a França foi sempre marcada por tensões e violência
Primeiro Chefe de Estado francês a deslocar-se à Ouvéa, Emmanuel Macron referiu-se particularmente ao sofrimento dos kanaks perante a colonização.
Presidente Macron.Ouvéa 05 de Maio de 2018
Nós nunca nos esqueceremos das dores da colonização, entre elas a segregação dos kanaks pelo facto de eles serem kanaks, povo sem terra, sem direitos, sem serviços públicos, sem honra.
A Nova Caledónia veicula a memória das revoltas esmagadas em sangue e das divisões entre tribus organizadas pelo colonizador para melhor dominar todos. Essa memória caledoniana , é a memória da França.
Graças às primeiras luzes que nos proporciona a História passada, sim, digamos sem rodeios: o combate dos kanaks para recuperar a sua dignidade era justo.
A França fica mais engrandecida,se reconhecer todas as etapas do que ela fez . em denegação e sem arrependimento devemos reconhecer para olharmo-nos , nos olhos. E aceitar como digno, o que às vezes ela excluiu ou desconsiderou".
(Presidente Macron . Ouvéa. 05 de Maio de 2018).
A visita de Emmanuel Macron à Nova Caledónia ocorre num contexto delicado desde 1853, se atendermos que em 4 de Novembro, o arquipélago do Pacífico situado a 16.000 kms da capital francesa ,vai escolher, por intermédio de um referendo,o seu destino como território.
Perante a inevitável tensão que antecede o escrutínio, o Presidente francês não quis escolher lados, mas Emmanuel Macron sabe de antemão que entre os legalistas( favoráveis à permanência da Nova Caledónia no seio da República Francesa) e os independentistas, os próximos seis meses serão marcados pelo antagonismo crescente entre os dois segmentos.
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