Bubacar Turé, eleito Presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné Bissau
Na Guiné Bissau, o jurista Bubacar Turé foi hoje eleito presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, para substituir o advogado Augusto Mário da Silva que esteve à frente da organização nos últimos oito anos. Em entrevista à RFI, Bubacar Turé garantiu que a Liga fará de tudo para e prometeu "tirar o sono" aos inimigos dos direitos humanos.
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O jurista Bubacar Turé, grato por ter sido eleito Presidente da Liga dos Direitos Humanos da Guiné Bissau a 17 de Dezembro, prometeu "tirar o sono" às pessoas "que enveredam pelas violações dos direitos humanos", apesar de estar consciente das "dificuldades" no contexto actual político do país.
Reconheceu que dirigir uma organização "com a dimensão da Liga dos Direitos Humanos não é fácil", sobretudo "num contexto de muitas dificuldades e de violações sistemáticas dos direitos humanos".
No entanto, a estratégia levada a cabo pela Liga para os próximas quatro anos está traçada. Para levar a cabo a luta pelos direitos humanos, a Liga poderá contar com as suas várias estruturas implantadas através do país, mas sobretudo, espera Bubacar Turé, com novos apoios e parcerias:
Vamos tentar estabelecer um diálogo franco, aberto, com os parceiros internacionais, com os parceiros financiadores e tentar alargar vias de financiamento para a Liga. Será preciso muita coragem, muita determinação, e sobretudo, será necessário ter um enorme compromisso com os valores da democracia e o Estado de direito (...) num país em que os defensores dos direitos humanos são considerados como inimigos do poder ou do regime, e são, por conseguinte, alvos principais de detenções arbitrárias, espancamentos e seuquestros.
Um dos primeiros objectivos da Liga, para além de criar mais apoios institucionais, consistirá em "reforçar as capacidades de diversas estructuras do Estado", como por exemplo, as forças de defesa e segurança:
Temos constatado várias intervenções disproporcionais, utilização da força inadequada contra cidadãos e manifestantes. Tudo isto tem de mudar e só o poderemos fazer com o reforço de capacidades dos agentes das forças de segurança. Vamos tentar influenciar no sentido de haver um currículo de informação para as forças de segurança, permitindo a integração das questões de direitos humanos. Vamos também organizar formações específicas, destinadas não só às várias hierarquias de forças de segurança e aos agentes, sobre a utilização da força e como lidar com o exercício das liberdades fundamentais.
A "mudança de mentalidades, a erradicação da impunidade e da corrupção, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres na Guiné Bissau", serão objectivos mais gerais de Bubacar Turé enquanto Presidente da Liga, tendo ainda anunciado que irá indigitar uma mulher como número dois da nova direcção.
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