Gabão: Primeiro-ministro interino: “Debate nacional dirá quem pode ser candidato presidencial”
O novo primeiro-ministro interino do Gabão, apontado pelos golpistas, deslocou-se a Nova Iorque para a Assembleia Geral da ONU. Raymond Ndong Sima, antigo opositor, é agora o chefe do executivo da junta dirigida pelo general Oligui Nguema. Ao microfone da RFI, o primeiro-ministro confirma ter abdicado da sua candidatura às futuras eleições presidenciais e garante que a transição deverá durar dois anos.
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A junta militar nomeou a 7 de Setembro o novo primeiro-ministro, Raymond Ndong Sima, crítico do Presidente Ali Bongo. Raymond Ndong Sima, economista de 68 anos, chegou a ser primeiro-ministro de Bongo entre 2012 e 2014, tendo-se afastado do poder e começado a acusar a administração de má gestão, tendo candidatado-se à presidência entre 2016 e 2023.
A nomeação foi assinada pelo Presidente da transição, o general Brice Oligui Nguema. Não se sabe, por enquanto, quanto tempo durará a transição, com o general a prometer "eleições livres" no fim deste período indeterminado.
Ao microfone da RFI, o primeiro-ministro confirma ter abdicado da sua candidatura às futuras eleições presidenciais e que a transição deveria, mesmo, durar dois anos.
Não me parece que tecnicamente possamos fazer esta transição em apenas um ano. A região e toda a gente está de acordo para fazermos um processo de inclusão.
O que me interessa agora é o debate sobre o regime que deveríamos adoptar : sou mais pelo modelo parlamentar do que presidencial.
Limito-me a cumprir o previsto na Carta: aceitei entrar para o governo, e de não ser candidato às próximas eleições. É um sacrifício que faço porque era candidato até oito dias antes do escrutínio. O interesse do país implicava a entrada de pessoas para o governo para implementar as reformas necessárias para realizar eleições limpas.
O debate nacional dirá quem é que poderá vir a ser candidato a estas eleições.
Os assuntos políticos não devem ganhar os contornos de uma família: o senhor Bongo estava na liderança de um sistema. Se não fosse o caso quando ele adoeceu em Riade o sistema teria morrido. Não foi o caso, ele continuou a funcionar. O que significava que não se tratava de um indivíduo, mas de um sistema. E é isso que quero mudar.
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