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Marrocos

Marrocos: terramoto provocou mais de 2 000 mortos e operações de socorro continuam

O balanço provisório do terramoto que atingiu Marrocos na sexta-feira à noite subiu para 2 012 mortos e mais de 2 000 feridos, dos quais cerca de metade em estado grave. As operações de busca e socorro prosseguem, num contexto difícil de estradas e acessos a aldeias remotas bloqueados. 

Em Marraquexe, na praça Bab el Mellah, famílias inteiras passaram uma segunda noite ao relento, de sábado para domingo 10 de Setembro.
Em Marraquexe, na praça Bab el Mellah, famílias inteiras passaram uma segunda noite ao relento, de sábado para domingo 10 de Setembro. © Mounia Daoudi / RFI
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As imagens mostram famílias inteiras reunidas em praças na cidade de Marraquexe, como na praça Bab el Mellah, deitados sobre tapetes pousados no chão, longe de qualquer muro ou parede, alguns trouxeram mesmo a tenda. 

Muitos habitantes decidiram passar uma segunda noite ao relento, por temerem uma réplica sísmica, uma eventualidade que deixa de ser provável à medida que as horas passam, segundo os sismólogos.

O novo balanço provisório subiu para 2 012 mortos, segundo o Ministério do Interior marroquino, e mais de 2 000 feridos, dos quais 1 404 em estado grave. Enquanto prosseguem as operações de busca e salvamento, o reino de Marrocos decretou três dias de luto nacional.

A Cruz Vermelha Internacional alertou para a necessidade de ajuda em grande escala:

Não vai ser uma operação de apenas uma ou duas semanas. Estamos a prever meses, porventura anos de resposta

advertiu Hossam Elsharkawi, diretor para o Médio Oriente e África do Norte da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha.  

Estradas bloqueadas

Mais de metade das vítimas foram registradas em Al-Haouz e Taroudant, a Sul da Marraquexe, duas áreas rurais montanhosas e remotas, na região da subcordilheira Alto Atlas, de acordo com o Ministério do Interior.

São áreas de difícil acesso, o que representa um grande desafio, segundo Karim Tazi, fundador do Banco Alimentar Marroquino, contactado pela RFI. A maioria das estradas encontram-se congestionadas pelos entulhos. 

As autoridades estão a trabalhar intensamente para começar a retirar os corpos que ainda estão debaixo dos escombros e levá-los para os hospitais provinciais. O problema é que, como estamos na região montanhosa e algumas estradas foram cortadas pelos escombros, às vezes é difícil chegar a algumas dessas aldeias. Então, por enquanto, a prioridade dos socorros é libertar o acesso a todas as aldeias, estamos a falar de uma região cuja superfície é muito importante, uma vez que é uma grande parte das montanhas do Alto Atlas marroquino. Vamos libertar os corpos enterrados e levar os feridos aos hospitais, e só depois disso será provavelmente possível organizar seriamente o trabalho de distribuição de ajudas.

Outra das urgências consiste na distribuição das reservas de sangue, devido ao elevado número de feridos nos hospitais provinciais. 

Segundo Karim Tazi, a "mobilização dos cidadãos é enorme e inúmeras pessoas estão a fazer filas para doar sangue".  

Solidariedade internacional

A União Europeia, os Estados Unidos e a Turquia, entre outros, disponibilizaram-se a ajudar e muitos outros dirigentes expressaram as suas condolências e solidariedade.

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