Zimbabué: Emmerson Mnangagwa reeleito depois de um escrutínio contestado
O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, foi reeleito, a 27 de Agosto, para um segundo e último mandato, mantendo assim o partido ZANU-PF no poder há 43 anos. A oposição denuncia fraudes no escrutínio e os observadores da UA e da UE consideram que todos os érequisitos" da Constituição não foram cumpridos.
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Segundo os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa obteve 52,6% dos votos e o principal líder da oposição, Nelson Chamisa, à frente do Partido da Coligação de Cidadãos para a Mudança obteve 44%.
A regularidade deste escrutínio presidencial foi posta em causa por vários actores, começando pela oposição, que afirmou não reconhecer os resultados por "terem sido feitos à pressa" e "sem a devida verificação".
Os resultados foram anunciados apenas dois dias depois da votação e não a 28 de Agosto, como estava inicialmente previsto. A votação, por sua vez, foi prorrogada um dia mais, desenrolando-se a 22 e 23 de Agosto, devido a problemas e atrasos na impressão dos boletins de votos.
Eleições não cumpriram todos os "requisitos"
A missão conjunta de observadores eleitorais da União Africana e do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) levantou questões sobre a preparação da votação e apontou um ambiente de intimidação contra os apoiantes de Chamisa. O chefe da missão, o ex-Presidente nigeriano Goodluck Jonathan, explicou que as eleições foram "transparentes”, mas não cumpriram todos os "requisitos” da Constituição.
Por sua vez, o chefe da missão de observação da União Europeia, Fabio Massimo Castaldo, disse que as eleições "ficaram aquém de muitos padrões regionais e internacionais”.
Também a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) considerou "alguns aspectos do escrutínio não conformes" com os princípios estipulados pela organização regional.
Já em 2018, Emmerson Mnangagwa enfrentou Nelson Chamisa e tinha sido reeleito por uma margem mínima, eme eleições também contestadas.
Este resultado mantém o partido no poder, ZANU-PF, na presidência, governando o país há 43 anos, desde que o Zimbabwe conquistou a independência do Governo de minoria branca, em 1980. Mnangagwa substituiu Robert Mugabe, num golpe em 2017.
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