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SADC

SADC: João Lourenço fixa operacionalização do Fundo de Desenvolvimento como prioridade

No âmbito hoje da 43ª cimeira de chefes de Estado e de governo da SADC, Angola passou a assumir a presidência rotativa da organização por um período de um ano. Aquando da passagem de testemunho pelo seu homólogo da RDC, anterior presidente em exercício da SADC, João Lourenço destacou como suas prioridades uma maior paridade de género, o incremento da formação dos jovens e lançou um apelo para que os Estados-membros acelerem a ratificação da operacionalização do Fundo de Desenvolvimento.

Presidente angolano, João Lourenço, durante a cimeira da SADC em Luanda neste dia 17 de Agosto de 2023.
Presidente angolano, João Lourenço, durante a cimeira da SADC em Luanda neste dia 17 de Agosto de 2023. © Presidência da República de Angola
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O desenvolvimento industrial da região e o seu financiamento foram colocados na linha da frente das prioridades de João Lourenço que acaba de assumir a presidência rotativa da SADC. Ao destacar que esta é uma "ferramenta primordial" na captação de financiamento para o programa de industrialização regional, o chefe de Estado angolano garantiu que vai prestar uma “atenção particular à necessidade da operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional e de outros mecanismos de atracção de investimentos existentes” e comprometeu-se a trabalhar no sentido de reduzir “o nível de dependência da sempre prestável e assinalável solidariedade dos nossos parceiros de cooperação internacional”.

João Lourenço assegurou igualmente que durante os próximos doze meses, pretende igualmente apostar na electrificação, no aumento da produção de energia e da partilha através da interligação dos sistemas de transmissão, sendo que um outro pelouro deverá ser o sector dos transportes. “Precisamos também de ampliar e interligar as nossas redes de vias rodoviárias e ferroviárias, de garantir maior ligação marítima e aérea entre os nossos países para haver um maior fluxo de trocas comerciais e circulação de pessoas e bens, para haver uma real integração regional”, insistiu o novo presidente em exercício da SADC.

Ainda no domínio económico, o chefe de Estado angolano também informou que durante a sua presidência, haverá “uma forte aposta no capital humano”, nomeadamente na formação e capacitação técnico-profissional da juventude, a outra aposta da presidência angolana da SADC sendo por uma maior paridade de género. "A questão da mulher e o seu papel no desenvolvimento integrado da nossa região, com vista à construção de uma sociedade de maior justiça social, será um dos pontos importante da nossa actuação. apesar de nos últimos anos, termos registado importantes avanços a nível da região em termos de materialização da paridade de género em lugares de destaque nas nossas sociedades, os resultados ainda estão aquém do estabelecido pela SADC" reconheceu o chefe de Estado angolano.

No aspecto político, João Lourenço enunciou como prioridade a questão da segurança da região, designadamente no leste da República Democrática do Congo, onde diversos grupos rebeldes disseminam a violência há largos anos.

Ao recordar que tem “desenvolvido esforços conjugados entre a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, a Comunidade Económica dos Estados da África Central, a SADC e a União Africana, para a resolução do intrincado conflito nesta região do país irmão”, João Lourenço não deixou de saudar “a decisão em cujo âmbito foi aprovado o destacamento de uma força regional no quadro da Força em Estado de Alerta da SADC, como resposta regional" à instabilidade na RDC.

Referindo-se por outro lado, à situação em Cabo Delgado que está à mercê da violência de grupos armados desde 2017, João Lourenço saudou os progressos alcançados, apesar de os ataques continuarem naquela região do extremo norte de Moçambique e deu conta da sua satisfação com a decisão de se manter por mais um ano a missão da SADC naquela zona.

“A região deve permanecer unida na firme vontade de garantir um ambiente de paz, segurança e estabilidade como factores fundamentais para propiciar níveis importantes de desenvolvimento económico e social na comunidade e aprofundar o processo de integração regional”, insistiu ainda o Presidente angolano após delinear as linhas mestras com que refere pretender guiar a sua acção.

Criada em 1992 com o objectivo que promover o desenvolvimento económico, o estabelecimento da paz e da segurança através da integração regional, a SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, contabiliza 16 Estados-membros: Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

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