Presidente francês condena golpe de Estado no Níger
O chefe de Estado francês condenou esta sexta-feira, 28 de Julho- a partir da Papua Nova Guiné- o golpe de Estado no Níger. Emmanuel Macron considerou a situação “perigosa para a região” e pediu “a libertação imediata” do Presidente Mohamed Bazoum.
Publicado a:
Ouvir - 01:15
O Presidente francês condenou “firmemente” o golpe de Estado em curso no Níger, considerando-o “perfeitamente ilegítimo” e profundamente “perigoso para a região”.
Tive, efectivamente, a oportunidade, nos últimos dias, de falar, por diversas vezes, com o presidente Bazoum. Também falei com diversos dirigentes da região, caso dos presidentes Talon e Tinubu.
Antes de mais faço questão em vincar que a França condena com a maior firmeza o golpe de Estado militar contra um dirigente eleito democraticamente, corajoso e que fez em prol do seu país as reformas e os investimentos de que este precisa.
Acompanhamo-lo, como acompanhámos o seu antecessor, desde o início.
Este golpe de Estado é perfeitamente ilegítimo e profundamente perigoso para os nigerinos, para o Níger e para toda a região !
É por isso que apelamos à libertação do presidente Bazoum, à restauração da ordem constitucional e apoiamos as organizações regionais, especificamente a CEDEAO nas decisões que ela vier a tomar, ou de mediação, ou de condenação e de sanções contra os golpistas, se estes vierem a progredir e a finalizar o respectivo projecto.
Estamos ao lado dos dirigentes regionais por forma a que se respeite a democracia e a livre expressão dos povos e lutar-se contra qualquer manipulação.
As declarações de Emmanuel Macron foram proferidas durante a conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, James Marape. O chefe de Estado francês, que está em contanto com o Presidente Mohamed Bazoum, pediu a libertação imediata do homólogo e apelou à instauração da ordem constitucional.
Emmanuel Macron, presidente francês, 28/7/2023
Horas antes, a ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colona, tinha afirmado que a França não considerava a tentativa de golpe de Estado no Níger como “definitivo”, evocando mesmo a possibilidade de se encontrar uma solução.
CEDEAO pode aprovar sanções
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidenta l-CEDEAO- exigiu “a libertação imediata do Presidente Mohamed Bazoum”, sublinhando que é o único Presidente “legitimo e legal do Níger “.
De acordo com a responsável pela diplomacia francesa, a organização regional vai reunir-se este domingo, 30 de Julho, podendo adoptar eventuais sanções contra o país. Sanções que terão o apoio da França.
Em Niamey, os soldados nigerinos prestaram apoio aos militares golpistas. Os autores do golpe de Estado que acusam a França, que tem 1500 soldados estacionados no Níger, de ter violado o encerramento das fronteiras ao ter aterrado um avião militar no aeroporto internacional da capital do Níger. Os golpistas voltaram a pedir “o respeito restrito de todas as disposições” tomadas pela junta militar.
"Suspensão das actividades dos partidos políticos
Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se no terceiro país do Sahel – minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda – a sofrer um golpe de Estado desde 2020. O Mali e Burkina Faso que recorreram à ajuda da Rússia para exigir a saída dos soldados franceses de seu solo.
Até novo aviso, os militares golpistas anunciaram "a suspensão das actividades dos partidos políticos" e apelaram à "calma da população". O apelo aconteceu depois dos incidentes ocorridos durante uma manifestação, organizada em Niamey, para apoiar os golpistas durante a qual foram hasteadas bandeiras russas e afixados slogans anti-franceses.
De acordo com a AFF, os jovens saquearam o edifício da sede do partido no poder, Democracia e Socialismo do Níger, e incendiaram carros num parque de estacionamento.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro