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Sahel

10 milhões de crianças ameaçadas pela insegurança no Sahel, segundo a Unicef

De acordo com a UNICEF, dez milhões de crianças na região do Sahel, no Burkina Faso, no Mali e no Níger, precisam de ajuda humanitária urgente, ou seja duas vezes mais do que em 2020. Ao relacionar esta situação com o agravamento dos conflitos nessa zona, a agência onusiana refere ainda que cerca de 4 milhões de crianças dos países vizinhos estão igualmente particularmente expostas às consequências da violência vigente na região.

Crianças deslocadas por um ataque jihadista no Burkina Faso em Outubro de 2022.
Crianças deslocadas por um ataque jihadista no Burkina Faso em Outubro de 2022. © AFP
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Ao divulgar hoje um novo relatório sobre o Sahel, a Unicef lançou um apelo para angariar quase 474 milhões de dólares para dar apoio humanitário urgente às crianças do Burkina Faso, Níger e Mali, assim como aos países vizinhos, a organização mencionando ter recebido apenas um terço do seu anterior apelo de 391 milhões de dólares.

Segundo os dados divulgados pela Unicef, "o ano de 2022 foi particularmente violento para as crianças no Sahel central”, pelo que “todas as partes em conflito devem cessar urgentemente os ataques contra as crianças, contra as suas escolas e unidades de saúde".

A título de exemplo, a agência onusiana refere que no Burkina Faso, foram mortas três vezes mais crianças nos primeiros nove meses de 2022 do que no mesmo período em 2021.

Ao referir que a maioria das crianças que têm sido vítimas dos conflitos vigentes na região do Sahel, morreram de ferimentos por bala durante os ataques às suas aldeias ou da explosão de dispositivos ou restos de explosivos de guerra, a Unicef constata que os menores são cada vez mais “vítimas da intensificação de confrontos militares, ou alvos de grupos armados não estatais”.

A agência onusiana refere ainda que as crianças são também vítimas dos grupos armados que se opõem à educação administrada pelo Estado, que “queimam e pilham escolas sistematicamente, e ameaçam, raptam ou matam professores”.

Segundo o relatório da Unicef, mais de 8.300 escolas foram encerradas nos três países mencionados porque eram directamente visadas pela violência, porque os professores fugiram, ou porque os pais foram deslocados ou receavam enviar os filhos à escola.

O documento alerta também que para além do Burkina Faso, Níger e Mali, as hostilidades estão a alastrar para zonas fronteiriças do norte do Benim, Costa do Marfim, Gana e Togo, em “comunidades remotas com infra-estruturas e recursos escassos, onde as crianças têm um acesso extremamente limitado a serviços e protecção essenciais”.

Recorde-se ainda que segundo projecções recentes, 20 mil habitantes do Sahel central estão em risco de insegurança alimentar "catastrófica" até ao mês de Junho.

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