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Camarões: um jornalista convocado no caso do assassínio de Martinez Zogo

O jornalista Xavier Messe foi convocado, pela segunda vez, pela Secretaria de Estado da Defesa (SED) dos Camarões. Os investigadores pretendem questioná-lo novamente no caso do homicídio do jornalista Martinez Zogo, num caso que continua envolto em mistério.

O jornalista Martinez Zogo, cujo homicídio continua envolto em mistério.
O jornalista Martinez Zogo, cujo homicídio continua envolto em mistério. © AFPTV
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É já a segunda vez que o jornalista Xavier Messe é convocado pelas autoridades cameronesas no "caso Martínez Zogo", o jornalista cujo corpo foi encontrado mutilado a 22 de Janeiro.

Xavier Messé já tinha sido convocado e interrogado a 31 de Janeiro, pela comissão de inquérito, sem que se saiba de que informações dispunha.

Segundo o jornalista e activista político, Boris Bertolt, "o comissário do governo acredita agora que Xavier Messe é uma testemunha chave do caso Martinez Zogo. Tudo pode mudar".

Um comando dos serviços de informação e um magnata como principais suspeitos

Mais de 20 membros da Direcção Geral de Investigação Externa (DGRE) foram detidos nos dias seguintes ao homicídio, em Yaoundé, capital dos Camarões.

O próprio chefe do serviço de contra-espionagem e o seu adjunto foram detidos. O primeiro assegurou não saber de nada, enquanto o segundo, Justin Danwe, terá entregado confissões por escrito, durante o interrogatório, revelando detalhes do plano macabro em que ele próprio confirma ter estado implicado, e em que terá sido o executante. 

No início do mês de Fevereiro, as autoridades anunciaram a detenção de várias pessoas por estarem “fortemente envolvidas” no homicídio do jornalista.

O homem de negócios e magnata de médios de comunicação social Jean-Pierre Amougou Belinga, foi um dentre eles. 

Martínez Zogo investigava sobre alegados desvios de fundos no governo

Martínez Zogo, apresentador de um programa diário bem conhecido, chamado Embouteillage, tinha recentemente exposto alegados desvios de fundos no governo, citando somas e nomeando alguns altos funcionários de Estado.

No mês anterior à sua morte, Zogo relatou diariamente que tinha documentos sensíveis, e disse ter enviado ao Presidente dos Camarões, Paul Biya, provas daquilo a que chamou a "alta onda de desvio de fundos e corrupção", envolvendo uma organização local dos meios de comunicação social.

Contou ainda que recebia diariamente ameaças de morte de pessoas que, segundo ele, estavam envolvidos no escândalo de corrupção.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), estas detenções ocorrem "num ambiente de guerra de sucessão do regime do Presidente Paul Biya", que acaba de festejar os seus 90 anos. 

A RSF qualificou o homicídio de Martinez Zogo de um "crime de Estado", no país que ocupa o 118° lugar num total de 180 países na classificação da liberdade de imprensa no mundo.  

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