Chefe da diplomacia russa de visita oficial ao Mali
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, começa, esta segunda-feira, uma visita de dois dias ao Mali, naquela que é a sua primeira deslocação oficial ao país. Este domingo, a junta militar maliana anunciou a expulsão do director do departamento de direitos humanos da missão das Nações Unidas.
Publicado a: Modificado a:
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, chega a Bamako, esta segunda-feira, para uma visita de 48 horas ao Mali, depois de ter estado, recentemente, em Angola, África do Sul e Eritreia.
Sergei Lavrov deverá reunir-se com o seu homólogo, Abdoulaye Diop, e com o Presidente de Transição, o Coronel Assimi Goïta. De acordo com a junta militar, a visita mostra "a vontade firme dos Presidentes maliano e russo para dar uma nova dinâmica às relações de amizade e de cooperação bilateral, nas áreas da defesa, da segurança, da cooperação económica, comercial e cultural".
Desde a chegada ao poder, através de um golpe de Estado em 2020, a junta pediu a Moscovo ajuda logística e militar e solicitou à França para retirar as tropas que até então ajudavam na luta contra o jihadismo, algo que se concretizou em Agosto do ano passado.
Na semana passada, especialistas da ONU pediram uma investigação independente sobre possíveis crimes de guerra e crimes contra a Humanidade alegadamente cometidos pelas forças governamentais malianas e pelo grupo paramilitar russo Wagner - considerado como um grupo de mercenários pelos ocidentais, mas descritos pelo Mali como instrutores vindos para formar as tropas locais.
Dias depois, no sábado, a junta publicou uma declaração a rejeitar as acusações da ONU e sublinhou o seu compromisso em respeitar os direitos humanos. No domingo, o Mali anunciou a expulsão do director do departamento de direitos humanos da missão das Nações Unidas, Guillaume Ngefa-Atondoko Andali, por considerar que ele foi parcial na sua escolha de testemunhas da sociedade civil para audiências do Conselho de Segurança da ONU sobre o Mali. Em causa, as denúncias de 27 de Janeiro da vice-presidente do observatório da sociedade civil Kisal, Aminata Dicko, em que ela falou na degradação da segurança no país e na alegada implicação em graves violações dos direitos humanos dos aliados russos do exército maliano.
O representante da CEDEAO no país e o embaixador de França também já tinham sido expulsos do Mali.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro