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Argélia/França

França/Argélia: "As relações devem ser contínuas" diz Elisabeth Borne

Terminou ontem a visita de dois dias da primeira-ministra francesa à Argélia, depois de uma deslocação efectuada em finais de Agosto pelo Presidente Emmanuel Macron. Enquanto esteve em Argel, Elisabeth Borne avistou-se com o seu homólogo Aïmene Benabderrahmane bem como o Presidente argelino e assinou juntamente com o executivo de Argel 12 acordos de cooperação industrial, tecnológica, educativa e cultural.

A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne, em conferência de impensa em Argel, no dia 10 de Outubro de 2022.
A primeira-ministra francesa Elisabeth Borne, em conferência de impensa em Argel, no dia 10 de Outubro de 2022. AFP - ALAIN JOCARD
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No âmbito desta parceria que Elisabeth Borne qualificou de "reforçada", ficou estabelecido que ela vai ser sustentada em 3 pilares, "desenvolver o comércio, a inovação e a criação de empregos", nomeadamente com a mobilidade e vistos, assim como a formação dos jovens através de uma maior cooperação educacional e cultural. Foram igualmente abordadas questões políticas de interesse comum, nomeadamente a situação do Sahel, ambas as partes tendo vincado a necessidade de uma maior coordenação nestas matérias.

Esta visita de dois dias de Elisabeth Borne que marca uma nova etapa na reaproximação de Paris e Argel, depois de meses de mal-estar nomeadamente em torno das suas visões divergentes sobre a colonização e a guerra da Argélia, foi evocada perspectiva da formação de uma comissão de historiadores de ambos os países com o objectivo de trabalhar em conjunto sobre o seu passado comum.

Indício da importância que ambas as partes pretendiam dar ao seu "reencontro", durante esta deslocação, Elisabeth Borne foi acompanhada por uma delegação abrangendo algumas empresas e também 15 ministros. Algo inédito desde 2017 que segundo a chefe do governo francês traduz a vontade da França e da Argélia de reforçarem os seus elos.

"Isto simboliza a nossa vontade comum, depois da deslocação do Presidente francês à Argélia em finais de Agosto, de relançar a nossa cooperação em todos os domínios e era importante, neste sentido, que pudesse haver um contacto entre cada ministro e o seu homólogo. Antes de mais, acho que é importante conhecermo-nos. Depois, tivemos conversas muito francas sobre muitos assuntos. Isto permitiu afastar um certo número de mal-entendidos. Isto permite também definir uma agenda de trabalho para as próximas semanas, os próximos meses. Nós estabelecemos verdadeiramente que as relações devem ser contínuas, devem ser fluidas. Não vamos ficar à espera do próximo comité interministerial para constatar que certos dossiers não avançaram. É preciso que ao longo do ano possamos ter trocas e desbloquear, caso seja necessário, certos dossiers. Penso que teremos certamente visitas recíprocas depois da visita do Presidente da República e a seguir a esta visita de dois dias com os meus ministros" considerou a chefe do governo francês em declarações à RFI, em jeito de balanço da sua deslocação.

Antes de regressar ontem a Paris, Elisabeth Borne participou na abertura de um fórum de negócios entre o seu país e a Argélia, no qual participam 70 empresas gaulesas.

Por esta ocasião, o chefe do governo argelino expressou o desejo de o seu país “diversificar” a sua economia, “sair da dependência dos hidrocarbonetos e atrair investimento estrangeiro”. A França, "primeiro investidor na Argélia, excluindo os hidrocarbonetos", e as suas empresas estão "prontas para participar na diversificação" da Argélia, garantiu Elisabeth Borne.

Refira-se que a Argélia é o segundo maior parceiro comercial da França na África. De acordo com dados oficiais argelinos, em 2020, a França era o segundo maior fornecedor do país depois da China e o seu segundo cliente logo atrás da Itália. Segundo o FMI, Paris é também o segundo maior investidor na Argélia, com 500 empresas instaladas no país, criando 40.000 empregos directos.

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