Genocídio no Ruanda: Kabuga começa a ser julgado
Félicien Kabuga, suspeito de financiar o genocídio no Ruanda em 1994, começou a ser julgado esta quinta-feira, 29 de Setembro, num tribunal das Nações Unidas, em Haia. Aos 87 anos, Félicien Kabuga declara-se inocente.
Publicado a: Modificado a:
O julgamento iniciou esta manhã diante do Mecanismo Internacional, responsável por concluir o trabalho do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda.
Na sessão de abertura, o procurador Rashid S Rachid declarou que, vinte e oito anos depois, o julgamento pretende fazer com que Félicien Kabuga assuma as responsabilidades que teve no genocídio do Ruanda.
Félicien Kabuga, que beneficia de uma autorização médica para seguir a audiência em videoconferência, não esteve presente na sala de audiências.
O antigo homem de negócios é acusado de ter colocado a sua riqueza e os seus contactos ao serviço do genocídio que fez mais de 800 mil mortos, essencialmente na minoria tutsi.
Depois de ter passado 25 anos a ser procurado pela polícia, Félicien Kabuga foi detido em 2020, em Paris, sob a acusação de ter participado na criação das milícias Hutu Interahamwe, o braço armado do regime genocida hutu.
Félicien Kabuga é igualmente suspeito de ter contribuído em 1993 para a compra maciça de catanas que foram distribuídas às milícias em 1994. Ele foi também presidente da Radio Televisão Libre das Mil Colinas, em 1994, que transmitia chamadas telefónicas que incitavam à morte de tutsis.
A acusação vai apresentar mais de 50 testemunhas durante o julgamento de Félicien Kabuga, um dos últimos suspeitos do genocídio ruandês a ser julgado, depois de 62 condenações já proferidas pelo Tribunal Penal Internacional para o Ruanda.
Aos 87 anos, Félicien Kabuga declara-se inocente.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro