RDC: governo pede expulsão de porta-voz da Monusco
O governo congolês decidiu expulsar Matthias Gilmann, o porta-voz da Monusco no país, após declarações julgadas "indelicadas", num contexto em que aumentam as tensões entre a população e os capacetes azuis estacionados no país.
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O governo da República Democrática do Congo decidiu expulsar oficialmente o porta-voz da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) devido a declarações dadas pelo mesmo.
O governo, por intermédio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, decidiu expulsar Matthias Gilmann, porta-voz da Missão das Nações Unidas no país, por considerar que as suas declarações estão na origem dos tumultos que fizeram 36 mortos civis, entre os quais 4 capacetes azuis, e mais de 170 feridos nas províncias do Quivu do Norte e do Sul. A ONU lamenta esta decisão.
No passado 13 de Julho, o porta-voz da Monusco declarou em entrevista que o grupo rebelde “M23 possui armas mais sofisticadas do que há alguns meses”. Esta declaração levou o governo a reagir prontamente, dizendo que com esta afirmação, a organização estaria a admitir a sua impotência, mas também a desmotivar os soldados na linha de frente.
No resto do continente as reacções não tardaram a chegar, nomeadamente da imprensa. Em todos os veículos destoa uma única mensagem: o futuro da ONU em África está comprometido.
Com este episódio, a caça aos capacetes azuis foi declarada e continua em aberto.
Esta situação ocorre num contexto em que um novo relatório das Nações Unidas confirma a intervenção directa do exército ruandês contra as posições do exército congolês no leste da RDC, em apoio a grupos rebeldes, de Novembro de 2021 a Junho de 2022.
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