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Nigéria

Pelo menos 80 mortos na explosão de uma refinaria ilegal no sul da Nigéria

As autoridades da Nigéria deram conta este domingo de uma explosão que matou pelo menos 80 pessoas numa refinaria clandestina na passada sexta-feira na região petrolífera do Delta do Níger, no sul do país, palco há décadas da exploração ilegal de hidrocarbonetos.

Fumo proveniente da explosão de uma refinaria ilegal no sul da Nigéria em 2017.
Fumo proveniente da explosão de uma refinaria ilegal no sul da Nigéria em 2017. © AFP
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De acordo com Ifeanyi Nnaji, responsável local da Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA), a explosão aconteceu na noite de sexta-feira numa refinaria ilegal situada entre os estados petrolíferos de Rivers e Imo. "Encontramos pelo menos 80 corpos gravemente queimados no local", declarou hoje este responsável estimando que este balanço pode ainda vir a piorar.

Ifeanyi Nnaji deu igualmente conta de numerosos feridos, vários com queimaduras graves, "alguns deles tendo acabado por morrer no hospital."

Ao referir estar a investigar as circunstâncias do sucedido, as autoridades locais indicaram que o incêndio subsequente à explosão foi extinto e confirmaram igualmente que a explosão deu-se numa altura em que os operadores da refinaria ilegal se tinham reunido com os seus clientes para efectuar o seu tráfico.

Alguns órgãos de comunicação locais deram conta de mais de 100 mortos, na sua maioria jovens, nesta que é a mais recente de uma longa série de explosões do mesmo género no país.

Maior produtor de petróleo de África, a Nigéria, cuja zona sul -o Delta do Níger- concentra as suas riquezas em ouro negro, exporta em média dois milhões de barris de petróleo por dia, o que representa 90% das suas receitas de exportação.

Contudo, segundo dados oficiais, calcula-se que o país perca 200 mil barris por dia, devido ao vandalismo e roubo de combustível cometidos por grupos armados e membros das comunidades locais que desviam o petróleo para comercializá-lo no mercado paralelo.

Apesar de esforços do governo no sentido de reprimir o tráfico de combustível e destruir as refinarias clandestinas, calcula-se que continuem a funcionar centenas destas unidades no país.

A Nigéria onde têm ocorrido frequentes explosões causadas por instalações inadaptadas -a mais grave tendo ocorrido em 1988 com mais de mil mortos- tem sido igualmente fustigada pela poluição causada por essas refinarias clandestinas, comprometendo gravemente a pesca e agricultura locais.

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