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Golpe de Estado

Líderes da CEDEAO reúnem-se na sexta-feira para debater crise no Burkina Faso

Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental vão reunir-se nexta sexta-feira de forma virtual para debater o golpe de Estado militar no Burkina Faso, com a sociedade civil desta organização a pedir que não haja mais sanções contra os países, já que estas medidas só servem para atirar mais africanos para a pobreza e a radicalização terrorista.

Manifestantes no início da semana nas ruas de Ouagadougougou, capital de Burkina Faso, sábado, 22 de janeiro de 2022
Manifestantes no início da semana nas ruas de Ouagadougougou, capital de Burkina Faso, sábado, 22 de janeiro de 2022 AP - Sophie Garcia
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A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) já tinha condenado na segunda-feira de forma veemeente a tomada de poder dos oficiais do exército no Burkina Faso que retiraram o atual Presidente, Roch Marc Christian Kaboré, do seu cargo. A motivação terá sido o descontentamento geral da população face à sua incapacidade de defender o povo dos ataques jihadistas que fustigam o país.

Espera-se agora na reunião virtual de sexta-feira, que os líderes dos países membros da CEDEAO tomem uma posição forte, já que se trata do terceiro golpe em menos de 18 meses em três países diferentes desta organização - Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso.

No entanto, a sociedade civil dos 15 Estados-membros da CEDEAO estão contra a imposição de novas sanções económicas contra os países onde os golpes de Estado aconteceram, defendendo que a organização deve procurar a raíz dos problemas, nomeadamente junto dos próprios Governos tidos como pouco capazes pelas populações e diferentes Forças Armadas.

Trabalhando só com sanções vai tornar a população mais empobrecida, que acaba por ser vulnerável ao recrutamento para o terrorismo, para a emigração clandestina. Por isso, a nosso ver a CEDEAO tem de chamar diferentes atores para perceber o que está na origem dos golpes de Estado”, disse Gueri Gomes, representante da sociedade civil da CEDEAO na Guiné-Bissau, em declarações à Agência Lusa.

Este representante diz-se preocupado com a situação no Burkina Faso, apontando o dedo à ná governação e violação dos direitos humanos dos cidadãos.

Porque na questão dos golpes de Estado, os fundamentos estão relacionados com má governação, violação dos direitos fundamentais dos cidadãos, com a questão do respeito da democracia, sobretudo na questão de tentativa de realização de três mandatos pelos presidentes”, referiu.

A CEDEAO é composta por: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conakri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

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