Acesso ao principal conteúdo
Golpe de Estado/Sudão

Sudão: Junta militar ordena libertação de quatro ministros civis

O comandante do exército do Sudão, o general Abdel Fattah al-Burhane, ordenou esta quinta-feira, 4 de Novembro, a libertação de 4 ministros que haviam sido detidos no passado dia 25 de Outubro, aquando do golpe de Estado levado a cabo no país. A notícia é avançada pela televisão estatal sudanesa.

Manifestantes sudaneses protestam contra a detenção de membros do governo de transição nesta segunda-feira (25), em Cartum.
Manifestantes sudaneses protestam contra a detenção de membros do governo de transição nesta segunda-feira (25), em Cartum. AFP - -
Publicidade

O anúncio foi feito pelo general Abdel Fattah al-Burhane após uma conversa com António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, que apelou à libertação das autoridades e à restauração urgente do governo civil de transição.

O líder da junta militar decidiu então colocar 4 ministros em liberdade: Hachem Hassabarrasul, ministro das Telecomunicações, Ali Jeddo, ministro do Comércio, Yusef Adam, ministro da Juventude e Desporto e Hamza Baloul, ministro da Informação e Cultura. Apesar desta decisão, a data oficial de libertação ainda não foi divulgada.

De salientar que continuam presos os ministros da Indústria, dos Assuntos Presidenciais, o assessor do ex-primeiro-ministro e um membro do Conselho Soberano, bem como outros dirigentes políticos. O primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, também está detido, mas encontra-se em regime de prisão domiciliária.

Na semana passada, o assessor do general al-Burhan, Taher Abu Haia, disse, em entrevista à agência espanhola EFE, que as figuras políticas iriam ser libertadas nos próximos dias, exceptuando aqueles "contra os quais se confirmem acusações criminais", em matéria de corrupção.

Os Estados Unidos da América, que já aplicaram várias sanções ao Sudão, também estão a fazer pressão no sentido da libertação de todas as figuras políticas que ainda estão detidas.

Esta quarta-feira 3 de Novembro, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, os Estados Unidos da América e o Reino Unido também fizeram um apelo conjunto para o regresso imediato do governo civil, dirigido pelo primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, e condenaram a sua “detenção arbitrária”.

Recorde-se que as detenções das figuras políticas aconteceram no passado dia 25 de Outubro, data em que os militares conquistaram o poder e anunciaram a dissolução do Conselho Soberano, órgão que governava o país desde a queda de Omar al-Bashir e também do governo liderado pelo primeiro-ministro Abdalla Hamdok.

O país encontra-se agora mergulhado num clima de incerteza política, que já provocou centenas de deslocados que fogem da violência e inúmeras manifestações no país.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.