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Sudão

Chefe dos golpistas sudaneses nega ter perpetrado golpe de Estado

O chefe dos golpistas, o general Abdel Fattah al Burhan que ontem instaurou o estado de emergência e dissolveu as instituições de transição no Sudão, desmentiu hoje ter conduzido um golpe de Estado e declarou ter tentado evitar uma guerra civil. Em conferência de imprensa esta tarde, o homem forte de Cartum informou que o primeiro-ministro Abdallah Hamdok, detido pelo exército desde ontem, se encontra "na sua casa".

Manifestantes sudaneses protestam contra a detenção de membros do governo de transição nesta segunda-feira (25), em Cartum.
Manifestantes sudaneses protestam contra a detenção de membros do governo de transição nesta segunda-feira (25), em Cartum. AFP - -
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Ao garantir que o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok se "encontra de boa saúde", o chefe dos golpistas referiu que este último regressaria à sua respectiva residência "quando a crise estiver terminada". Al Burhan reconheceu que "tinham sido detidos ministros e políticos, mas não todos" e que tinha mandado prender o primeiro-ministro para evitar uma guerra civil, acusando os apoiantes de Hamdok de ter procurado fomentar a revolta contra o exército.

"Estamos a tentar rectificar a trajectória da transição", assegurou Abdel Fattah al Burhan referindo-se ao acordo de partilha do poder entre os militares e os civis estabelecido depois da queda do regime de Omar el Bechir em 2019 e cujo intuito era preparar eleições democráticas até 2023.

Pouco convencidos, tanto o gabinete do chefe do governo sudanês como o secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiram a "libertação imediata" de Abdallah Hamdok e de outros funcionários "detidos ilegalmente". O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de urgência para abordar precisamente a situação do Sudão onde ontem morreram pelo menos 4 pessoas e outras 80 ficaram feridas em manifestações de protesto contra o golpe.

Unanimemente condenada a nível nacional, com movimentos da sociedade civil a apelar à greve e à desobediência, esta ocorrência suscitou igualmente reacções a nível internacional, com os Estados Unidos a suspenderem uma ajuda de 700 milhões de Dólares que devia ser desbloqueada para a organização de eleições.

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