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Conflito

Comandante das Nações Unidas no Congo: "Só a presença do Estado pode criar a segurança definitiva"

O general brasileiro Marcos De Sá Affonso Da Costa foi nomeado em abril para liderar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática no Congo e considera que a situação está a melhorar no país após a imposição do estado de emergência, mas a segurança definitiva só pode vir de uma maior presença do Estado junto das populações.

A força de manutenção de paz Monusco está na República Democrática no Congo desde 1999.
A força de manutenção de paz Monusco está na República Democrática no Congo desde 1999. © ONU
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"Há uma lógica que só a presença do Estado nas zonas onde operam os terroristas pode efectivamente criar a segurança definitiva. Isso significa que após a destruição dos redutos destes grupos armados, o Estado congolês tem de se tornar presente através da polícia, de uma estrutura rodoviária, da criação de empregos, hospitais e escolas para que as populações não se sintam reféns destes grupos armados", afirmou Marcos De Sá Affonso Da Costa em entrevista a Coralie Pierret em Goma.

A missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática no Congo (MONUSCO) viu o seu mandato renovado e requalificado em 2010, servindo para proteger civis, pessoal humanitário e defensores dos direitos humanos, apoiando as Forças Armadas do país nos esforços para a estabilização e consolidação da paz.

Perante a violência em determinadas regiões no país, o Governo congolês decretou no mês de maio o estado de emergência, com o grupo das Forças Democráticas Aliadas (ADF), constituído por congoleses muçulmanos, a ser repsonsável por mais de 1.000 mortos desde 2019.

Esta imposição, segundo general Marcos De Sá Affonso Da Costa veio melhorar a cooperação com as Forças Armadas e tem tido "bons resultados".

"O estado de emergência permitiu que a MONUSCO se aproximasse das Forças Armadas do Congo. Com isso, a nossa proteção dos civis nas áreas onde actuamos, estamos em 40 cidades e vilas no Leste do país, tem tido muito bons resultados", disse o militar.

O comandante das forças da ONU no país estima ainda que "mais de 2 mil milicianos renderam-se ou foram neutralizados" pelas forças congolesas desde maio.

"Eu acredito que com esta continuidade teremos no Leste do Congo uma situação muito melhor de segurança do que temos neste momento", concluiu.

A MONUSCO é constituída por mais de 17 mil pessoas, entre elas 12.299 militares.

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