Novo governo maliano com militares em pastas ministeriais soberanas
Após o recente segundo golpe de Estado militar, o Mali agora chefiado pelo presidente-coronel Assimi Goïta, anunciou na sexta-feira o seu novo governo liderado por Choguel Kokalla Maïga. Uma parte dos membros do novo governo maliano é formada por militares a quem foram atribuídos as pastas ministeriais ditas soberanas.
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O novo governo maliano , na sequência dos dois golpes de Estado liderados pelo coronel Assimi Goïta em menos de um ano, é controlado por militares no que diz respeito às pastas ditas soberanas.
Choguel Kokalla Maïga, um civil de 63 anos de idade e antigo membro do Movimento 5 de Junho /União das Forças Patrióticas (M5/RPF), cujas manifestações de protesto populares contribuíram a para queda do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta em 18 de Agosto de 2020, é o novo chefe do governo de transição do Mali.
Contudo os ministérios ditos soberanos, são controlados por militares. Entre estes últimos está o coronel Sadio Camara, um dos responsáveis pelo golpe de Estado de Agosto de 2020, a quem foi atribuída a pasta da Defesa.
Também do grupo dos militares golpistas, o coronel-major Ismaël Wagué, assumirá as funções de ministro da Reconciliação Nacional.
O antigo chefe do estado-maior adjunto das Forças Armadas Malianas, coronel-major, Daoud Aly Mohammedine e o tenente-coronel Abdoulaye Maïga, desempenharão respectivamente os cargos de ministro da Segurança e ministro da Administração.
Dos 28 ministros do novo governo o Mali, sete fazem parte do Movimento 5 de Junho/ União dasForças Patrióticas. Os mesmos vão chefiar nomeadamente os ministérios da Refundação do Estado, da Educação Nacional e do Meio Ambiente.
Este novo governo maliano é anunciado, numa altura em que a França decide pôr termo a sua operação Barkhane no Mali e opta por uma nova estratégia para ajudar os países do Sahel a combater o terrorismo que desestabliza a citada região da África.
Em visita ao Burkina Faso, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, confirmou ao Presidente Roch Marc Christian Kaboré, a vontade da França de recorrer a um novo modelo de operação militar mais adaptado à luta contra o terrorismo nos países do Sahel.
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