Principais protagonistas políticos nas legislativas de Costa do Marfim
Os marfinenses foram neste sábado às urnas para eleger o novo parlamento da Costa do Marfim e tentar apaziguar as tensões que caracterizam a vida política do país da África ocidental, desde a eleição contestada de Alassane Ouattara à um terceiro mandato presidencial. Contrariamente à eleição presidencial, boicotada pela oposição, todas as forças políticas participam nestas legislativas.
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Quatro meses depois da controversa eleição presidencial, a Costa do Marfim foi este sábado às urnas, para eleger o seu novo parlamento.
Pela primeira vez, em dez anos, o conjunto dos principais protagonistas políticos participa nas eleições legislativas, contrariamente ao escrutínio presidencial, boicotado pela oposição e marcado por violências que provocaram a morte de 87 pessoas e 500 feridos.
Segundo jornalistas presentes, até ao meio-dia de sábado, o escrutínio decorria na normalidade nas cerca de 22.000 mesas de voto, em toda Costa do Marfim. Os 7,4 milhões de eleitores deverão eleger 255 deputados.
O Presidente Alassane Ouattara, espera que o seu partido, União dos Houphouëtistas para a Democracia e a Paz (RHDP) mantenha a maioria absoluta na Assembleia Nacional e que as tensões políticas sejam enterradas.
Por seu lado,o antigo presidente e líder do Partido Democrático daCosta do Marfim (PDCI), Henri Konan Bédié de 86 anos, apelou a Comissão Eleitoral Independente (CEI) a assegurar, que não haja fraudes, nem perturbações.
Candidato em Yopougon, bairro popular de Abidjan, com o maior número de eleitores na Costa do Marfim, Michel Gbagbo da Frente Popular Marfinense (PFI) e filho do ex-presidente Laurent Gbagbo declarou-se esperançoso num escrutínio de calma e paz e pediu aos seus partidários para não responder às provocações.
O FPI boicotou todas as eleições marfinenses desde a prisão, em Abril de 2011, de Laurent Gbagbo e a sua transferência para o Tribunal Penal Internacional de Haia, depois da violência pós-eleitoral que resultou na morte de cerca de 3000 pessoas.
Principal força política da coligação Unidos para a Democracia e a Soberania (EDS ) , a Frente Popular Marfinense assinala o seu regresso à vida política do país, através de uma aliança com o seu rival histórico, Partido Democrático da Costa do Marfim de Henri Konan Bédié.
O PDCI, ex-partido único fundado por Félix Houphouët-Boigny, primeiro presidente da Costa do Marfim independente, assim como a FPI de Laurent Gbagbo, actualmente no exílio em Bruxelas à espera de uma decisão final do Tribunal Penal Internacional de Haia, não reconhecem a eleição de Alassane Ouattara à um terceiro mandato presidencial.
Nas legislativas de Dezembro de 2016, o RHDP de Ouattara, aliado ao PDCI tinha obtido a maioria absoluta com 167 assentos.
Em nome da reconciliação nacional, o actual chefe de Estado marfinense declarou recentemente ser favorável ao regresso ao país do seu antecessor, Laurent Gbagbo.
Em declarações à rádio nacional francesa, Michel Gbagbo da Frente Popular Marfinense pronunciou-se a favor de uma nova Costa do Marfim., enquanto Alassane Ouattara espera que uma nova vitória eleitoral do seu partido, União dos Houphouëtistas para a Democracia e a Paz, lhe permita prosseguir o seu pacote de reformas.
Principais protagonistas políticos participam em legistivas na Costa do Marfim 06 03 2021
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