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Uganda/Bobi Wine

Uganda: Bobi Wine em liberdade "Museveni não ganhou, a luta pela libertação continua"

No Uganda, esta terça-feira, 26 de janeiro, foi levantado o cerco à residência do líder da oposição Bobi Wine, bloqueado desde a eleiçao presidencial de 14 de janeiro, que ditou a reeleição - contestada - do Presidente Yoweri Museveni. Perante os deputados eleitos pelo seu partido - a Plataforma de Unidade Nacional - Bobi Wine afirmou que "o general Museveni não ganhou, a luta pela libertação continua". 

No Uganda, o líder da oposição Robert Kyagulanyi, conhecido por Bobi Wine, saiu de prisão domiciliária a 26 de janeiro e anuciou aos novos deputados eleitos pelo seu partido que "a luta continua".
No Uganda, o líder da oposição Robert Kyagulanyi, conhecido por Bobi Wine, saiu de prisão domiciliária a 26 de janeiro e anuciou aos novos deputados eleitos pelo seu partido que "a luta continua". SUMY SADURNI AFP
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As forças armadas do Uganda levantaram esta terça-feira, 26 de janeiro, o cerco à residência do opositor de  38 anos, Robert Kyagulanyi, mais conhecido pelo seu nome de cantor de ragga "Bobi Wine", um dia depois da justiça ter ordenado o fim da "ilegal e inconstitucional" prisão domiciliária do principal adversário do Presidente Yoweri Museveni de 76 anos de idade, no poder há 35 anos e reeleito a 14 de janeiro para um 6° mandato com 58,6% de votos contra 34,8% para o líder da oposição.

Levantado o cerco, Bobi Wine pode avistar-se hoje no jardim de sua casa e pela primeira vez desde as eleições gerais de 14 de janeiro, com os deputados eleitos pelo seu partido a Plataforme de Unidade Nacional - NUP, na sigla inglesa a quem reiterou "fui preso ilegalmente, o general Museveni não ganhou, a luta continua".

"Fui submetido a uma prisão ilegal na minha própria casa, porque o general Museveni não ganhou, ele arquitectou um golpe de Estado contra a vontade do povo do Uganda", acrescentou Bobi Wine.

"Quero que saibam, que o que o general Museveni sempre fez e continua fazendo, não funcionará desta vez e convidei-vos hoje, para vos dizer que é apenas o começo e não o fim. 

A luta pela libertação continua. Não seremos livres enquanto não nos libertarmos deste regime velho de 35 anos. Para nós, este não é o momento de apreciar vestir belos fatos para ir ao parlamento... é o momento de nos sacrificarmos, é o momento de pôr de lado o nosso próprio conforto. É uma luta pela libertação que devemos começar e finalmente, se o combate foi até agora doloroso é-o ainda mais hoje. Mas garanto-vos a libertação vai chegar".

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Bobi Wine "a luta pela libertação continua"

Desde há 11 dias que soldados e polícias fortemente armados cercavam a residência de Bobi Wine, nos arredores da capital Kampala, impedindo de sair de casa os seus habitantes, incluindo a sua esposa, Barbie Kyagulanyide. 

O governo justificou a sua prisão domiciliária pela necessidade de garantir a protecção do líder da oposição e evitar manifestações da oposição em seu apoio, depois de Bobi Wine ter qualificado a eleição de "mascarada".

Ele não apelou ainda a manifestar, mas declarou em relação ao Presidente Yoweri Museveni, no poder desde 1986, que outros dirigentes africanos, como Hosni Moubarak ou Omar el-Béchir, foram escorraçados do poder por movimentos populares de massa.

"Queremos que Museveni abandone as suas funções dentro de menos de um ano" declarou Bobi Wine, sem mais precisões.

As eleições gerais no Uganda a 14 de janeiro 2021, decorreram após uma campanha eleitoral particularmente violenta, marcada pela repressão contra os críticos do regime e adversários de Yoweri Museveni, com destaque para os apoiantes de Bobi Wine.

Com o apoio incondicional do seu partido hegemónico, o Movimento de Resistência Nacional - NRM, na sigla inglesa, Yoweri Museveni já modificou duas vezes a constituição para se recandidatar.

 

 

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