Frente Popular de Libertação do Tigré reivendica ataque contra Asmara
O líder da região etíope do Tigré reivindicou, neste domingo, os ataques com morteiros contra Asmara, capital da vizinha Eritreia. O líder da região do Tigré, Debretsion Gebremichael, acusa as autoridades eritreias de estarem a apoiar o exército etíope.
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Em desacordo político com o governo central de Addis Abeba, desde há vários anos, a Frente Popular de Libertação do Tigre ( FPLT ) acusa as autoridades etíopes de recusarem o diálogo .
O bombardeamento com morteiros de Asmara, capital da Eritreia, reivindicado por Debretsion Gebremichael, líder da Frente Popular de Libertação do Tigre, confirma o receio de uma escalada do conflito, interno etíope, a nível regional.
Gebremichael acusa a Eritreia de ajudar militarmente o exército etíope, o que é desmentido pelo governo de Addis Abeba.
Muito antes do início da operação das forças governamentais etíopes ,no dia 4 de Novembro, os dirigentes da região do Tigré acusaram o executivo do Primeiro-ministro, Abiy Ahmed, de ter o apoio de unidades militares da Eritreia.
Os morteiros disparados contra Asmara, teriam caído, segundo fontes diplomáticas norte-americanas na capital eritreia, na proximidade do aeroporto internacional da cidade.
Segundo o investigador francês , Roland Marchal, especialista do Corno de África, a Frente Popular de Libertação do Tigré, tenta uma internacionalização do conflito, de forma a favorecer uma intervenção externa e capitalizar no sentimento nacionalista da população do Tigre.
Em declarações efectuadas no domingo, o Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, afirmou que a operação das forças govermentais no Tigré está a decorrer de maneira satisfatória e que o país não necessita de uma ajuda estrangeira para combater os dissidentes.
Paralelamente, um ataque por homens armados à um autocarro de passageiros, na região de Benishangul-Gumuz, no oeste da Etiópia, provocou a morte de pelo menos 34 pessoas.
A Comissão Etíope dos Direitos Humanos (CEDH), que emitiu um comunicado sobre o massacre, não confirmou se o referido ataque está relacionado com a actual operação das forças governamentais no Tigré .
De acordo com a citada organização, ataques similares têm ocorrido na mesma região, no decurso dos últimos meses.
Dirigentes da oposição etíope consideraram que o ataque de Benishangul-Gumuz tem motivações étnicas. Segundo eles, milícias da etnia Gumuz levam a cabo uma campanha de ataques contra as suas congéneres Amhara e Agew.
O comissário-chefe da CEDH , Daniel Bekele , apelou as autoridades federais e regionais do país a reforçar a segurança, para impedir os ataques étnicos contra civis, que se têm verificado na região de Benishangul-Gumuz.
Segundo a agência sudanesa de notícias, Suna, desde o início da operação do exército etíope contra os dissidentes do Tigré, cerca de 25 mil pessoas fugiram, do Estado em conflito, para se refugiar no vizinho Sudão.
Frente Popular de Libertação do Tigré reivindica ataque contra Asmara 15 11 2020
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