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Etiópia/Política

Frente Popular de Libertação do Tigré reivendica ataque contra Asmara

O  líder da  região etíope do Tigré reivindicou, neste  domingo, os ataques com morteiros contra  Asmara, capital da vizinha Eritreia. O líder da região do Tigré, Debretsion Gebremichael, acusa as autoridades eritreias de estarem a apoiar o exército etíope.

Debretsion Gebremichael,  presidente da Frente Popular de Libertação do Tigré, reivindicou o bombardeamento contra a  capital da Eritreia ocorrido na noite de sábado, 14 de Novembro de 2020 (imagem de ilustração).
Debretsion Gebremichael, presidente da Frente Popular de Libertação do Tigré, reivindicou o bombardeamento contra a capital da Eritreia ocorrido na noite de sábado, 14 de Novembro de 2020 (imagem de ilustração). EDUARDO SOTERAS / AFP
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Em desacordo político com o  governo central de Addis Abeba, desde há vários  anos, a Frente Popular  de Libertação do Tigre ( FPLT )  acusa  as  autoridades  etíopes  de  recusarem  o diálogo  .

O bombardeamento com morteiros de Asmara, capital da Eritreia, reivindicado por Debretsion Gebremichael, líder da  Frente Popular de Libertação do Tigre,  confirma o receio de uma  escalada do conflito, interno etíope, a nível  regional.

Gebremichael acusa a  Eritreia de ajudar militarmente o  exército etíope, o  que é desmentido pelo governo de Addis  Abeba.

Muito antes do início da operação das forças  governamentais etíopes ,no dia  4  de Novembro, os  dirigentes  da região do Tigré acusaram o executivo  do  Primeiro-ministro, Abiy Ahmed, de  ter  o apoio  de  unidades militares da Eritreia.

Os morteiros disparados contra Asmara, teriam caído, segundo fontes  diplomáticas norte-americanas  na capital eritreia, na proximidade do  aeroporto  internacional  da  cidade.

Segundo o  investigador  francês , Roland Marchal, especialista  do Corno de África, a Frente Popular de Libertação  do Tigré, tenta  uma internacionalização do conflito, de forma a favorecer uma intervenção externa e capitalizar no  sentimento nacionalista da população do Tigre.

Em declarações efectuadas no domingo, o Primeiro-ministro da  Etiópia, Abiy Ahmed,  afirmou  que a operação das forças govermentais  no Tigré está a decorrer  de maneira satisfatória e que o país  não necessita de uma ajuda estrangeira para combater os dissidentes.  

Paralelamente, um ataque por homens  armados  à  um autocarro  de passageiros, na  região de Benishangul-Gumuz, no oeste  da  Etiópia, provocou a morte  de pelo menos 34  pessoas.  

A Comissão Etíope dos Direitos Humanos  (CEDH), que  emitiu um comunicado sobre o massacre, não confirmou  se  o  referido ataque  está relacionado com a actual operação  das forças governamentais  no Tigré .

De acordo  com a  citada  organização, ataques  similares têm ocorrido na mesma  região, no decurso  dos  últimos meses.  

Dirigentes  da  oposição  etíope  consideraram  que o ataque de Benishangul-Gumuz  tem  motivações  étnicas. Segundo eles, milícias da  etnia  Gumuz levam a cabo uma campanha de  ataques contra as  suas congéneres  Amhara  e  Agew.

O  comissário-chefe  da CEDH , Daniel Bekele , apelou  as autoridades federais  e  regionais  do país  a  reforçar a  segurança, para impedir os  ataques  étnicos contra civis,  que se têm verificado na região  de Benishangul-Gumuz.   

 Segundo a agência sudanesa de notícias, Suna, desde o início da operação do exército etíope contra os dissidentes do Tigré, cerca de 25 mil pessoas  fugiram, do Estado em conflito, para se refugiar no vizinho Sudão.

01:20

Frente Popular de Libertação do Tigré reivindica ataque contra Asmara 15 11 2020

         

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