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Costa do Marfim/ Política.

Eleição presidencial na Costa do Marfim decorre sob tensão e incidentes

Na Costa do Marfim, cerca de sete milhões e meio de eleitores vão às urnas numa eleição marcada por receios de violência e boicote da oposição. Esta última contesta a recandidatura à um terceiro mandato do Presidente cessante, Alassane Ouattara. Desde que Ouattara anunciou, em Agosto, a sua recandidatura, vários incidentes e confrontos causaram cerca de 30 mortes, reforçando o temor de uma escalada de violência étnica, dez anos após a crise pós-eleitoral de 2010 que fez 3.000 mortos.

Uma  eleitora vota em Abobo,nos  subúrbios de Abidjan, no  sábado, 31 de Outubro de 2020.
Uma eleitora vota em Abobo,nos subúrbios de Abidjan, no sábado, 31 de Outubro de 2020. Issouf SANOGO / AFP
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Um  escrutínio marcado pela  tensão e  o receio  de  uma  nova  crise  política  na  Costa do Marfim, levou o presidente  cessante Alassane Ouattara a lançar    um  apelo à  calma, numa  altura  em  que  a  oposição liderada  pelo  antigo chefe de Estado Henri Konan-Bédie  decidiu  boicotar as  eleições.

 

Alassane Ouattara que se candidata a  um terceiro mandato,  embora  a Constituição da Costa do Marfim estabeleça o máximo dois, teme que a desobediência civil preconizada pela oposição e a multiplicação dos incidentes sobretudo nas regiões dominadas pelos seus opositores,  degnere  num  conflito  idêntico  ao  de 2010 .

Perante o boicote da  oposição,a  importância do escrutínio presidencial deste sábado será determinado pela taxa de  participação dos eleitores.

Os cerca de 7,5 milhões de eleitores, de uma população de 25 milhões  de  marfinenses, deverão escolhar entre Ouattara de 78 anos,Henri Konan Bédié de 86, Pascal Affi N'Guessan de 67  e  Kouadio Konan Bertin  de  51 anos.

Apesar  de terem mantido as suas candidaturas, Bédié e N'Guessan apelaram ao boicote da eleição.Ambos consideram a  candidatura de Alassane Ouattara anti-constitucional.

Numerosos incidentes tiveram lugar esta manhã em várias regiões da Costa do Marfim, como na localidade de Brobo, situada à uma vintena  de quilómetros  de Bouaké, onde segundo Aboudramane Ouattara, presidente regional da comissão  eleitoral, o material   eleitoral foi queimado.  

 

Segundo um habitante, vários  indivíduos  bloqueram  a principal estrada do país  entre  Abidjan  e o norte, que  liga  a  Costa do Marfim ao Mali e  ao Burkina Faso, no sector  de Djebonoua a  350 kms ao  norte  de Abidjan.

O ex-Primeiro-ministro de Laurent Gbagbo, Pascal Affi N'Guessan declarou  em conferência  de imprensa, que  o escrutínio  organizado sábado, é  "um golpe eleitoral fracassado".

 

Segundo ainda N'guessan,porta-voz da oposição, pelos 12 pessoas morreram nos incidentes ocorridos durante a  organização  do escrutínio.

As mortes não foram confirmadas, por  fontes independentes. 

Em  Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, as ruas estavam desertas e as lojas fechadas.

O encerramento da votação teve lugar as 18 horas locais e GMT.

 

A  tensão e  os  incidentes ocorridos durante  a  eleição de sábado, cujo favorito  é o contestado Alassane Ouattara, fazem com que se receie  uma nova crise política na Costa do Marfim, situada numa região  já  sob a pressão dos ataques jihadistas, caracterizada pelo golpe de Estado militar no Mali,no mês de Agosto, e os recentes protestos na Nigéria. 

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Eleição presidencial na Costa do Marfim sob tensão 31 10 2020

 

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