Márcio Rosa: «Cabo Verde merecia mais no CAN»

As duas últimas selecções lusófonas foram afastadas do Campeonato Africano das Nações. Angola e Cabo Verde foram eliminados nos quartos-de-final da prova que decorre na Costa do Marfim.

Márcio Rosa, guarda-redes cabo-verdiano. © AFP - KENZO TRIBOUILLARD

Angola e Cabo Verde foram eliminados nos quartos-de-final do Campeonato Africano das Nações de futebol, enquanto a Guiné-Bissau e Moçambique, as duas outras selecções da África Lusófona, foram afastados na fase de grupos.

Cabo Verde participou pela quarta vez no CAN e pela terceira vez conseguiu ultrapassar a fase de grupos, sendo que nesta edição até venceu pela primeira vez um encontro na fase de eliminação directa ao derrotar a Mauritânia por 1-0.

Os Tubarões Azuis perderam na marcação das grandes penalidades por 2-1 frente à África do Sul, após o empate sem golos no fim do tempo regulamentar e do prolongamento, em Yamoussoukro, capital política do país.

Frente à África do Sul, o jogo foi decidido na marcação das grandes penalidades com quatro defesas de Ronwen Williams, o guarda-redes sul-africano.

A RFI falou com Márcio Rosa, internacional cabo-verdiano de 26 anos que actua no clube português do Anadia, ele que já representou o Chaves, o Montalegre ou o Cova da Piedade, entre outros clubes, em Portugal.

Em declarações à RFI, Márcio Rosa, guarda-redes cabo-verdiano, afirmou que muitas vezes na marcação das grandes penalidades, nem sempre a melhor equipa acaba por vencer.

RFI: Que análise pode fazer da derrota frente à África do Sul?

Márcio Rosa: Um sentimento de tristeza. Nós sentimos que merecíamos mais. O jogo foi para prolongamento e merecíamos ter ganho o jogo. As grandes penalidades têm muitas vezes a ver com sorte. Não conseguimos ganhar, mas saímos de cabeça levantada pelo trajecto, pelo trabalho, que o grupo fez até agora. Saímos com o sentimento que poderíamos ter ido mais longe. A nossa equipa merecia. O futebol é assim e nas grandes penalidades às vezes não é a melhor equipa que ganha. A vida continua e agora vamos pensar no que aí vem. Orgulho deste grupo.

RFI: Cabo Verde esteve perto de marcar…

Márcio Rosa: Tivemos muitas oportunidades para marcar, não deu. O futebol é assim. Volto a repetir, nas grandes penalidades nem sempre é a melhor equipa que ganha. Saímos com o sentimento que podíamos ter passado esta eliminatória. Mas não passamos.

RFI: Que balanço pode fazer do CAN?

Márcio Rosa: Este CAN foi muito, mas não foi muito bom. Passamos em primeiro no grupo, foi uma coisa fantástica. Nós fizemos história com a nossa selecção. Saímos frustrados por ter ficado por aqui. A vida continua e vamos voltar ainda mais fortes.

RFI: Que mensagem pode deixar para o povo cabo-verdiano?

Márcio Rosa: Estamos muito orgulhosos do apoio que eles nos deram. Queríamos fazer mais, não deu. Mas podem esperar cada vez mais porque vamos voltar ainda mais fortes. 

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Márcio Rosa, guarda-redes cabo-verdiano 05-02-2024

Márcio Rosa (esquerda), guarda-redes de Cabo Verde, e Ryan Mendes (direita), capitão da Selecção cabo-verdiana. © Cortesia Márcio Rosa