CAN 2024: Gilson Benchimol e Jovane Cabral, estreantes na prova sonham com proeza histórica
A selecção cabo-verdiana defronta este sábado, 3 de Fevereiro, a África do Sul no Estádio Charles Konan Banny em Yamoussoukro, na Costa do Marfim, num jogo a contar para os quartos-de-final do CAN.
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Do nosso enviado especial a Abidjan,
Angola está fora da prova, já só há uma única seleção lusófona em prova: Cabo Verde. Este sábado, os cabo-verdianos vão jogar um encontro de tudo ou nada.
Cabo Verde já fez história nesta prova, vencendo pela primeira vez um jogo na fase de eliminação directa.
No seu historial, os Tubarões Azuis alcançaram duas vezes os quartos-de-final e uma vez os oitavos. Em 2013, Cabo Verde alcançou os quartos numa prova com apenas 16 equipas, enquanto em 2022 se apurou para os oitavos numa edição já com 24 nações.
Desta vez, em 2024, com 24 selecções, os cabo-verdianos apuraram-se para os oitavos, venceram a Mauritânia por 1-0 e seguiram em frente para os quartos, onde vão defrontar a África do Sul, nação que já venceu a prova uma vez em 1996.
Nos oitavos-de-final, os cabo-verdianos tiveram dificuldades em mexer com o bloco defensivo dos mauritanianos. O trio ofensivo inicial, composto por Bebé, Jovane Cabral e Ryan Mendes, tentou chegar ao golo, não conseguiu, mas cansou a defesa adversária.
Na segunda parte, Garry Rodrigues e Gilson Benchimol, frescos, entraram e acabaram por colocar de rastos uma defesa já cansada.
Num erro defensivo, Gilson Benchimol aproveitou para recuperar a bola e no momento em que ia para a baliza, o guarda-redes Babacar Niasse fez falta, sendo assinalada uma grande penalidade a favor dos Tubarões Azuis. Ryan Mendes, capitão de Cabo Verde, marcou assim o único tento da partida.
Em entrevista à RFI, no fim do encontro frente à Mauritânia, Gilson Benchimol, avançado de 22 anos, que veste a camisola do Benfica e que também já representou o Estoril e o Damaiense em território português, admitiu que Cabo Verde teve de encontrar soluções para superar este adversário complicado: «Foi um jogo muito difícil, uma equipa muito física. Nós sabíamos o que íamos encontrar, mas o jogo é assim e as adversidades levam-nos a encontrar soluções. Foi o que nós fizemos, lutámos e conseguimos passar aos quartos-de-final. Eu tenho de estar preparado para entrar a qualquer momento. Quando entro, dou tudo e tento ajudar a minha nação a vencer», frisou o internacional cabo-verdiano.
Igualmente em entrevista à RFI, Jovane Cabral, avançado de 25 anos, que vai representar os gregos do Olympiacos depois do CAN, afirmou que a selecção acreditou até ao fim e foi isso que fez a diferença: «Foi um jogo complicado porque eles defendem muito bem, são agressivos. Mas nós tentámos tudo para tirar essa pressão. Conseguimos na segunda parte. Estamos muito felizes por isso. Para mim foi um encontro complicado porque eles defendem mesmo bem. Nós tínhamos de aproveitar mais na profundidade. Na primeira parte tentámos cansar os nossos adversários para que na segunda parte, aqueles que entraram, darem o melhor e conseguirem marcar um golo. Acho que foi o acreditar que fez a diferença. Nós acreditamos muito em nós. Todos os jogadores estão aqui para dar o melhor para o nosso país. Estamos muito felizes por isso», realçou o internacional cabo-verdiano que vestiu a camisola da Salernitana e da Lazio na Itália, e do Sporting CP, em território luso, onde foi formado quando chegou de Cabo Verde a Portugal.
Jovane Cabral, avançado cabo-verdiano 02-02-2024
Esta selecção cabo-verdiana é um misto de jogadores com experiência como Ryan Mendes e Vozinha que participam pela quarta vez no CAN, o mesmo número de participações dos Tubarões Azuis na prova, e de estreantes que realizam um sonho como Gilson Benchimol e Jovane Cabral.
Para Jovane Cabral, esta CAN é um sonho que acaba por realizar: «É um sonho tornado realidade porque nós desde criança sonhamos com isto. Agora toda a gente começa a acreditar cada vez mais e a apoiar a nossa selecção. Nós vamos ir jogo a jogo, e tentar dar o nosso melhor para ir até à final», afirmou o atleta de 25 anos.
O pensamento é o mesmo do lado de Gilson Benchimol que esteve perto de falhar este CAN, mas lesões acabaram por trazer para esta aventura o avançado, que este a viver um sonho: «Está a ser incrível esta experiência, não podia pedir melhor do que isto, mas agora é continuar a sonhar. Estamos nos quartos, agora o objectivo é chegar à final. Queremos dar felicidade à nossa nação e vamos dar tudo para que isso aconteça», sublinhou o ponta-de-lança de 22 anos.
Cabo Verde defronta pela sexta vez a África do Sul. Até agora os Tubarões Azuis venceram dois jogos, os ‘Bafana Bafana’ também arrecadaram dois triunfos, e houve igualmente um empate sem golos no único encontro a contar para um CAN, em 2013 em território sul-africano.
Em 2013, esse jogo foi a contar para a fase de grupos e as duas equipas seguiram em frente para os quartos onde as duas foram eliminadas.
A selecção cabo-verdiana poderá contar com um núcleo de adeptos presente aqui na Costa do Marfim, e claro as pessoas que apoiam a partir do arquipélago, aliás Gilson Benchimol deixou uma mensagem para os adeptos: «Espero que o povo continue a nos apoiar, porque tudo o que fizeram até agora foi incrível, quer seja nas bancadas em que havia muita gente, ou também ao nos verem na televisão. Sei que todo o povo cabo-verdiano esteve de coração na mão a ver, por exemplo, o último encontro», afirmou o atacante de 22 anos.
Cabo Verde mede forças com a África do Sul pelas 20h TMG em Yamoussoukro, a capital política da Costa do Marfim.
Gilson Benchimol, avançado cabo-verdiano 02-02-2024
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