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Futebol

Estrela: «Temos é que nos preocupar connosco e não com o adversário»

Os quartos-de-final do Campeonato Africano das Nações de futebol começam esta sexta-feira, 2 de Fevereiro, com dois encontros: Angola mede forças com a Nigéria, enquanto a RDC vai defrontar a Guiné Conacri.

Estrela, médio angolano.
Estrela, médio angolano. © AFP - ISSOUF SANOGO
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Do nosso enviado especial a Abidjan,

 

Nunca duas selecções da África Lusófona estiveram presentes na fase dos quartos-de-final, e ainda menos desde que 24 equipas participam, uma vez que passou a existir uma fase dos oitavos antes dos quartos. Uma ronda acrescentada, o que significa mais um adversário pela frente.

Nesse exercício, nenhuma selecção lusófona tinha alcançado o feito de vencer um jogo na fase de eliminação directa. Este ano, duas equipas conseguiram a proeza e estão nos quartos: Angola e Cabo Verde.

Angola defronta, esta sexta-feira, a Nigéria, três vezes Campeã Africana. A Nigéria arrecadou quatro vezes a medalha de prata e oito vezes a medalha de bronze. É o país com o maior número de medalhas e que soma 15  presenças nas meias-finais.

Selecção Angolana de futebol.
Selecção Angolana de futebol. © AFP - KENZO TRIBOUILLARD

A RFI falou com Estrela, internacional angolano, 28 anos, que actua no BB Erzurumspor na Turquia. Estrela já vestiu as camisolas do Benfica, do Varzim e do Aves em Portugal, do Orlando City nos Estados Unidos, do APOEL no Chipre e do Bank Al Ahly no Egipto.

Em entrevista exclusiva à RFI, Valdomiro Tualungo Paulo Lameira, conhecido por Estrela, analisou o percurso de Angola e revelou o que os Palancas Negras têm de fazer para ultrapassar os quartos.

RFI: Fizeram história frente à Namíbia, como podemos analisar o jogo?

Estrela:Foi um jogo difícil, sabíamos que não íamos ter um adversário fácil. Sabíamos também que, o que fizemos na fase de grupos foi muito bom, mas que não podíamos transportar isso para este jogo. Sabíamos que tínhamos de ser humildes. A Namíbia era um adversário bastante complicado. Tínhamos que dar o máximo para seguir em frente. Foi o que fizemos apesar da infelicidade que tivemos com a expulsão nos primeiros minutos. Mas transformámos isso em algo positivo e conseguimos conquistar a vitória que era o mais importante.

RFI: A expulsão de Neblú foi complicada a gerir?

Estrela: Eu acho que nos deu ainda mais responsabilidade. Já sabíamos a responsabilidade que carregávamos, sabíamos que tínhamos de ser uma Angola forte e humilde para conquistar a vitória. Isso foi um alerta. Sabíamos que tínhamos de entrar muito concentrados, e este erro, que toda a equipa cometeu, serviu para nos dar ainda mais motivação, mais responsabilidade porque depois disso, teríamos de ser ainda mais fortes para superar a Namíbia.

RFI: Angola gosta deste estatuto de surpresa?

Estrela: Eu acho que é fruto do trabalho. No início da prova sabíamos que estávamos num grupo muito forte e, ao mesmo tempo, muito equilibrado. Sabíamos que nenhum adversário era considerado fraco. A Argélia, vista como sendo mais forte, não podia ser considerada como um ‘bicho papão’. Sabíamos que tínhamos de respeitar todos os adversários da mesma forma. Sempre dissemos que tínhamos de estar tranquilos. Os jogos provam-se dentro de campo. Eles têm mais mais nome do que nós, mas isso não interessa porque é dentro de campo que se vêem os homens e sempre fomos com esse espírito. Sabíamos que não ia ser um grupo fácil, mas sabíamos que tínhamos qualidade e que temos vindo a crescer. Desde 2020 que este grupo tem estado junto, portanto temos uma espinha dorsal já vincada na selecção. Sabíamos que era uma oportunidade para fazer história.

RFI: E agora a Nigéria?

Estrela: Nós temos é que nos preocupar conosco. Temos vindo a fazer sempre isso. Pensamos sempre jogo a jogo, independentemente do nome do adversário ou do estatuto. Se nós sabemos a qualidade que temos, se estamos confiantes com o nosso jogo, se confiamos uns nos outros, darmos tudo uns pelos outros. Qualquer adversário que venha, temos de encará-lo olhos-nos-olhos e sem medo. Foi o que sempre fizemos e é o que vamos continuar a fazer.

RFI: Como tem sido este primeiro CAN?

Estrela: É o meu primeiro CAN, a experiência está a ser muito boa. Era um sonho que eu tinha. Sempre disse que tinha de competir pelo meu país numa competição destas. Estou a realizá-lo. Claro que se torna inesquecível com os resultados que temos vindo a ter. Agora é continuar a sonhar.

RFI: O que podem prometer ao povo angolano?

Estrela: Prometer não podemos prometer nada. Podemos é garantir que vamos sempre dar o melhor para dar alegria aos angolanos. É aquilo que temos feito, por isso contem conosco, continuem a sonhar conosco. No que depender de nós, nós vamos sempre dar tudo para podermos ir o mais longe possível nesta competição.

 

Mabululu (centro), avançado angolano que marcou três golos em quatro jogos disputados.
Mabululu (centro), avançado angolano que marcou três golos em quatro jogos disputados. © AFP - KENZO TRIBOUILLARD

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