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Guiné-Bissau/União Europeia

"A comunidade internacional não anda distraída com o que acontece na Guiné-Bissau”

O líder do PAIGC na Guiné-Bissau disse à agência de notícias Lusa que a comunidade internacional “não anda distraída em relação ao que acontece na Guiné-Bissau”. Domingos Simões Pereira, que está em Bruxelas para encontros com os líderes europeus, acredita que se a crise política não se resolver através do diálogo, “acções mais vigorosas irão acontecer”.

Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC na Guiné-Bissau.
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC na Guiné-Bissau. www.facebook.com/dsimoespereira.paigc
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O líder do PAIGC na Guiné-Bissau admite que, apesar da demora, a comunidade internacional “não anda distraída em relação ao que acontece na Guiné-Bissau”.

“Tenho constatado que a comunidade internacional não anda, propriamente distraída em relação ao que acontece na Guiné-Bissau, leva é mais tempo a fazer as conclusões e a tomar posições mais contundentes em relação à realidade”, declarou à agência de notícias Lusa.

Domingos Simões Pereira, que está em Bruxelas para encontros com os líderes europeus, acredita que se a crise política não se resolver através do diálogo, “acções mais vigorosas irão acontecer”.

“Eu penso que neste momento, as várias instâncias- a CEDEAO e a União Europeia-demonstram um grande conhecimento daquilo que esta a acontecer na Guiné-Bissau. Eu, enquanto guineense e actor político, penso que [nos] querem dar uma chance para que a situação se resolva, com base no diálogo, mas não sendo possível, eu estou crente de que acções mais vigorosas irão acontecer”, detalhou.

O dirigente político considera que o Presidente Umaro Sissoco Embaló representa um factor de instabilidade democrática, contudo desvaloriza essa questão, acrescentando que a prioridade é o respeito pela lei.

“Absolutamente, essa é uma conclusão que todo o guineense faz neste momento. Eu não empolgo muito com isso porque, verdadeiramente, aquele país [Guiné-Bissau] precisa de paz. Mais do que estarmos nessas afirmações de que é o outro lado e ele [Presidente Umaro Sissoco Embaló], nós continuamos a insistir que o mais importante é tranquilizar a Guiné-Bissau e isso só se faz de duas formas: respeitar as leis e deixar que as instituições funcionem”, notou.

Domingos Simões Pereira acusou o Presidente guineense de estar a avaliar as instituições democraticamente eleitas do país “em função daquilo que lhe é conveniente”.

“Eu não posso estar a avaliar o funcionamento das instituições em função daquilo que me é conveniente. Nós fomos a eleições e, em democracia, ainda não se inventou outra forma de auscultar a opinião maioritária que não seja por via das eleições. O povo guineense pronunciou-se é uma obrigação de todos respeitarem essa vontade expressa”, concluiu.

Desde o passado mês de Dezembro que a Guiné está mergulhada numa crise política despoletada pelo chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló que decidiu dissolver o parlamento, quando a Constituição define que só o poderia fazer 12 meses após as eleições.

Na altura, Umaro Sissoco Embaló considerou que houve uma tentativa de subversão da ordem constitucional com o apoio do Parlamento por, na sua interpretação, falhar nas funções de escrutínio ao executivo.

O Presidente demitiu o primeiro-ministro, Geraldo Martins, depois deste se recusar formar um Governo de iniciativa presidencial, e nomeou, em substituição, Rui Duarte de Barros.

Nesta quarta-feira, 31 de Janeiro, depois de se ter reunido com o Presidente guineense, o presidente interino da Comissão Nacional de Eleições, N'Pabi Cabi, afirmou que a ideia de Umaro Sissoco Embaló “é marcar eleições a curto prazo, ou seja daqui (até) 31 de Março do ano em curso”.

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