Tensão político militar agudiza-se em Moçambique
Moçambique volta a registar momento de tensão com acusações mútuas entre polícia moçambicana e o maior partido da oposição, a Renamo, quanto ao segundo ataque contra a caravana do seu líder Afonso Dhlakama em Gondola na província de Manica no centro de Moçambique, na passada sexta-feira, 25 de Setembro.
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A Renamo confirma sete baixas; quatro civis do seu "staff" e três homens da sua segurança pessoal. Informações contrárias apresentadas no balanço da polícia moçambicana que regista 20 mortes; entre os quais um civil e 19 militares da Renamo.
O ataque ocorreu na passada sexta-feira, dia 25 de Setembro, na estrada que faz a ligação entre Chimoio e Beira, no distrito de Gondola, quando a comitiva da Renamo seguia para Nampula. Hoje em conferência de imprensa, a Renamo fez o balanço do ataque à caravana do seu líder, atribuindo responsabilidades às forças governamentais moçambicanas.
"O Presidente Dhlakama e o grupo que ele levava e dirigia perdeu sete pessoas; quatro civis e três elementos de segurança. Do lado dos outros, fala-se de cerca de três dezenas de mortos", afirmou o porta-voz do movimento da perdiz António Muchanga.
"Nós somos mais de 20 milhões, sim 24 milhões de habitantes. Não deve um indivíduo tentar pôr em causa o futuro desses milhões de moçambicanos. Moçambique quer paz" afirmou o antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza que, ontem, acusou o líder da Renamo de prejudicar o futuro dos moçambicanos - declarações proferidas, antes de ser conhecido este novo incidente envolvendo a comitiva da Renamo.
Citado pela agência noticiosa francesa, AFP, o comandante da polícia moçambicana, Armando Mude, anunciou a morte do condutor e de três passageiros feridos que viajavam num pequeno autocarro; este que "se aproximou demasiado rápido da comitiva, que acreditou se tratar de um ataque e abriu fogo” acrescentando que quando a polícia chegou ao local se iniciou um tiroteio e “se registaram nove mortes de entre as fileiras da Renamo”.
Segundo elementos da polícia de Moçambique, os sobreviventes da comitiva da Renamo, entre eles o seu líder Afonso Dhlakama, fugiram para a floresta e decorre na região uma operação de busca policial.
O certo é que a tensão político militar agudiza-se em Moçambique como relata o nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.
Correspondência de Maputo
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