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COSTA DO MARFIM/GANA

Preço mínimo do cacau poderá ser irrelevante

Os dois maiores produtores de cacau do mundo, a Costa do Marfim e o Gana anunciaram nesta quarta-feira que doravante não vão vender o respectivo cacau por menos de 2 600 dólares a tonelada. Uma medida que é vista como uma forma de melhor remunerar os agricultores que dificilmente conseguem viver decentemente do seu trabalho.

Favas de cacau em Atrouni, no Gana, a 11 de Abril de 2019.
Favas de cacau em Atrouni, no Gana, a 11 de Abril de 2019. ©REUTERS/Ange Aboa
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Ora, neste momento, a cotação dessa matéria prima situa-se em 2 524 dólares por tonealada.

Pelo que Claudio Corallo, fabricante de chocolate em São Tomé e Príncipe, considera este anúncio, tido como histórico, de "irrelevante".

Ele alega ser "desanamidor" o cenário com as multinacionais a conseguirem fazer reinar a sua lei perante a falta de organização dos produtores.

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Claudio Corallo, fabricante de chocolate em São Tomé e Príncipe

Neste sentido a Costa do Marfim e o Gana vão suspender as vendas da colheita 2020-2021.

Esta decisão tida como histórica foi anunciada nesta quarta-feira em Accra, capital do Gana, após dois dias de negociações intensas.

Desde a queda da cotação do cacau em 2015-2016 os até então concorrentes, nesta matéria-prima, acabaram por encetar uma política de concertação.

E isto numa altura em que o mercado melhorou, a procura é forte. A própria indústria do chocolate admite que os produtores deveriam ser melhor remunerados.

Em 100 mil milhões de dólares do mercado mundial do chocolate apenas 6 mil milhões vão para os bolsos dos agricultores que vivem, frequentemente, em situações de pobreza extrema.

O cacau representa 10% do PIB (Produto interno bruto) da Costa Marfim, um pouco menos para o Gana.

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