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São Tomé e Príncipe

Secretário-geral do partido são-tomense ADI rejeita a sua suspensão

Depois da recente auto-suspensão por dois anos do presidente da ADI, Patrice Trovoada, o partido que governou São Tomé e Príncipe nos últimos 4 anos prepara-se para convocar um congresso, em data por determinar, em contexto de crise. Ontem, o secretário-geral do partido, Levy Nazaré, foi suspenso até à realização do congresso por um grupo de membros da comissão política da ADI, designadamente sob a acusação de querer fraccionar o partido e de ter mantido contactos com a oposição depois das legislativas de 7 de Outubro.

Levy Nazaré, secretário-geral da ADI-Acção Democrática Independente
Levy Nazaré, secretário-geral da ADI-Acção Democrática Independente DR
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De acordo com um comunicado distribuído ontem à imprensa, "a maioria dos membros estatutários da Comissão Política presentes deliberou, e com efeitos imediatos, suspender das funções de secretário-geral do ADI o Sr. Levy do Espírito Santo Nazaré, até a realização do congresso". Nesse mesmo documento em que Levy Nazaré é acusado de "conduta desleal, desonrosa e várias tentativas de fraccionar o partido", é anunciada a criação de uma comissão de gestão bem como o adiamento da reunião do conselho nacional, inicialmente prevista para o dia 16 de Dezembro, cuja ordem do dia era a marcação do congresso do partido.

Em resposta a esta decisão que considera ilegal, Levy Nazaré anunciou que se mantêm no cargo de secretário-geral da ADI, argumentando que "estatutariamente, esse grupo não tem competência para tomar essa decisão, o secretário-geral foi eleito em Conselho Nacional, não é uma competência da Comissão Política destituir o secretário-geral". Por outro lado, também referiu que não tenciona candidatar-se novamente a este cargo no próximo congresso.

Ao acusar Patrice Trovoada de estar por detrás da iniciativa da sua suspensão, Levy Nazaré explicou que passou a ser um "alvo a abater" designadamente por ter recusado uma "ordem" do presidente do partido, na altura da recontagem dos votos das legislativas, para "mandar militantes do ADI para junto do tribunal fazer pressão". Ao relatar ter recusado seguir esta instrução "por uma questão de responsabilidade", Levy Nazaré afirmou igualmente que Patrice Trovoada queria que ele declarasse que as eleições não tinham sido justas, livres e transparentes, depois da divulgação dos resultados oficiais.

Dizendo-se alvo de uma tentativa de aniquilação política devido às suas posições "em nome de um ADI mais sólido, mais coeso, mais democrático, um ADI onde os seus dirigentes e militantes possam ter direito de se expressar, de se exprimir, discutir ideias e opiniões", Levy Nazaré não descartou a hipótese de estar até em risco de eliminação física.

Mais pormenores com Maximino Carlos.

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Maximino Carlos, correspondente da RFI em São Tomé e Príncipe

 

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