Acesso ao principal conteúdo
São Tomé e Príncipe

“Nova esperança” para São Tomé e Príncipe

Jorge Bom Jesus, presidente do MLSTP-PSD, foi nomeado primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e vai formar um governo com o apoio da coligação PCD-UDD-MDFM. Gerhard Seibert, autor do livro “Camaradas, Clientes e Compadres”, fala em “nova esperança” para o país com um líder que em poucos meses levantou o seu partido e chegou à chefia do Governo.

Retrato de Jorge Bom Jesus publicado na sua conta Facebook a 16 de Outubro de 2018.
Retrato de Jorge Bom Jesus publicado na sua conta Facebook a 16 de Outubro de 2018. Facebook de Jorge Bom Jesus
Publicidade

A nomeação de Jorge Bom Jesus, líder do MLSTP-PSD, como primeiro-ministro “é uma nova esperança, é uma nova oportunidade” para São Tomé e Príncipe, considera Gerhard Seibert, autor do livro "Camaradas, Clientes e Compadres" e e professor na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

Em entrevista à RFI - que pode ouvir clicando na imagem principal – o especialista de São Tomé e Príncipe afirmou que Jorge Bom Jesus “fez um grande trabalho” porque só assumiu a liderança do MLSTP-PSD há poucos meses e “mostrou muita credibilidade e a capacidade de re-unir o partido” apesar do “pouco tempo para a preparação das eleições” e dos parcos meios à sua disposição.

Ele conseguiu mostrar uma imagem de credibilidade também dentro do MLSTP-PSD. Era importante substituir Aurélio Martins que foi uma figura muito contestada durante muito tempo, não só dentro do partido, mas também fora. Eu estou convencido que, com a liderança de Aurélio Martins, o MLSTP-PSD nunca teria ganho estes votos”, sublinhou o antropólogo.

Gerhard Seibert acrescentou que Jorge Bom Jesus conseguiu mostrar que há “uma alternativa viável e real a uma governação do ADI”, a qual “também estava muito contestada nos últimos anos pela autocracia, o estilo autoritário de Patrice Trovoada, tantas posições muito duvidosas contestadas pela oposição e no seio da população também”.

Na quarta-feira, Patrice Trovoada, líder do ADI e primeiro-ministro cessante, anunciou que vai deixar a liderança do seu partido e que também deixa o cargo de deputado, depois de a comissão política do ADI ter decidido indicar João Álvaro Santiago como candidato a primeiro-ministro. Para Gerhard Seibert, com a saída de Patrice Trovoada, o ADI “corre o risco de se desintegrar”.

“Tendo em conta a perda de apoio logístico, financeiro, pessoal de Patrice Trovoada, este partido corre o risco de se desintegrar”, afirmou, destacando que “a ADI é um partido de uma pessoa só” que “ao contrário dos outros partidos em São Tomé, praticamente não conhece uma democracia intrapartidária porque quem manda é Patrice Trovoada”.

Ainda que a ADI tenha vencido as legislativas com maioria simples – 25 em 55 deputados da Assembleia Nacional – o primeiro-ministro nomeado foi Jorge Bom Jesus, presidente do MLSTP-PSD.

O MLSTP-PSD foi o segundo partido mais votado nas eleições legislativas de 07 de Outubro, com  23 assentos parlamentares, mas assinou um acordo pós-eleitoral com a coligação PCD-UDD-MDFM, que conquistou cinco assentos parlamentares, o que elevou para 28 deputados a soma conquistada por esta aliança. No escrutínio, foram ainda eleitos dois deputados independentes pelo distrito de Caué, no sul do país, que manifestaram, entretanto, o seu apoio à “geringonça” MLSTP-PSD / PCD-UDD-MDFM.

A tomada de posso do novo Governo está marcada para segunda-feira.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.