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Sao Tomé e Príncipe

São Tomé: população de Lembá revolta-se contra escassez de energia

 No norte da ilha de São Tomé, mais concretamente na cidade de Neves, a 27 Kms da capital, a população sem energia há mais de três dias revoltou-se e ergueu barricadas que impedem a circulação de viaturas rumo.

Manifestantes queimam pneus perto da CNE de Água Grande 9/10/2018
Manifestantes queimam pneus perto da CNE de Água Grande 9/10/2018 Liliana Henriques / RFI
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O balanço de dois dias de barricadas e incêndio de pneus salda-se em prejuízos incalculáveis.

Tudo começou na terça-feira (27/11) e prosseguia esta quarta-feira (28/11) em Lembá, uma das principais senão a principal zona económica da ilha de São Tomé.

Viaturas, sobretudo camiões de transporte de combustíveis e de cerveja, não conseguem sair da cidade de Neves devido às barricadas ,que os impedem de chegar à capital e a outras regiões da ilha.

É a partir do distrito de Lembá, no norte da ilha de São Tomé, que são fornecidos à capital do país e ao resto da ilha, os combustíveis para abastecer as gasolineiras, provenientes do centro de stocagem da empresa ENCO, a cerveja oriunda da cervejeira Rosema e bens alimentares como o peixe.

Para além disso, Lembá é um dos principais polos turísticos da ilha.

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Maximino Carlos, correspondente em São Tomé

Nas bombas de combustíveis já existem sinais de escassez de combustível, mas os populares condicionam o levantamento das barricadas ao fornecimento de energia alternativa.

Até agora todos os expedientes desencadeados, não têm sido suficientes para convencer os populares a recuarem nas suas posições.

A insatisfação dos populares devido à escassez de energia em São Tomé tem vindo a aumentar e os sinais do normal restabelecimento têm sido lentos.

Entre 2013 e 2014 São Tomé produzia mais de 16 megawatts de energia eléctrica, 4 anos depois com a política "energia para todos" a rede de distribuição de energia foi alargada, mas em Outubro de 2018 a produção atinge apenas 7 megawatts.

O Presidente Evaristo Carvalho que numa comunicação à Nação a 31 de Outubro, condenou os protestos violentos das populações devido à crise na energia eléctrica - que provocou aliás ao adiamento da eleição de 7 de Outubro em Lembá.

Na abertura da XI Legislatura o chefe de Estado lançou um repto ao parlamento para que seja aberto um inquérito para esclarecer as verdadeiras causas da crise energética sem precedentes que o país atravessa.

Entretanto Mário Sousa o director-geral da empresa estatal EMAE, anunciou recentemente, a partir do estrangeiro, que punha o seu cargo à disposição, ele já regressou ao país, mas o governo - cujo mandato termina a 29 de Novembro - ainda não se pronunciou sobre esta demissão.

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