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São Tomé e Príncipe

Organizações internacionais apoiam investigação a golpe falhado em São Tomé e Príncipe

Os representantes da Comunidade Económica dos Estados da África Central e do secretário-geral da ONU estiveram reunidos com o Presidente, com os partidos e com os militares, mostrando-se solidários com as instituições do Estado são-tomense. As Forças Armadas anunciaram hoje que pelo menos 12 militares estarão envolvidos no golpe de Estado falhado ao quartel que decorreu na madrugada de sexta-feira. 

Autoridades continuam a investigar o golpe falhado em São Tomé e Príncipe.
Autoridades continuam a investigar o golpe falhado em São Tomé e Príncipe. AP - GEORGE OSODI
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O representante especial das Nações Unidas e o presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) garantiram ao Presidente da República, Carlos Vila  Nova, o apoio ao inquérito à tentativa de golpe de Estado ocorrida na  última sexta-feira no país.  

O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Central, Abdou Abarry, disse ter  ficado "chocado" com os acontecimentos da madrugada de sexta-feira que, nas suas palavras, foram assustadores para um país de paz, de consenso e de estabilidade.

Já Gilberto Veríssimo, presidente CEEAC, expressou a sua solidariedade ao Presidente são-tomense e ao povo de São Tomé face a esta situação. 

Lamentamos as mortes que aconteceram e vamos tentar responder àquilo que nós vimos/sentimos do senhor Presidente da República, a vontade de esclarecer com transparência o que de facto aconteceu porque isso vai permitir que no futuro se veja São Tomé como o bom aluno da democracia ou um novo São Tomé que não será bom”, declarou Gilberto Veríssimo.

Estes dois representantes internacionais encontraram-se também com os partidos políticos com assento  parlamentar, com o Governo e com e altas chefias militares. Por outro lado, o  Estado-Maior das Forças Armadas  de São Tomé e Principe revelou este domingo que doze militares estão envolvidos no assalto ao quartel.

A informação foi avançada, pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o  brigadeiro Olinto Paquete, em conferência de imprensa onde confirmou que houve quatro mortos no total, três dos invasores que invadiram o quartel e Arlécio Costa, que já tinha sido previamente condenado por uma tentativa de golpe de Estado em 2009.

O quartel de Morro foi deliberadamente atacado e reagimos, em defesa legítima, na defesa do Estado de Direito, da democracia e em respeito do direito de todos”, declarou Olinto Paquete.

Segundo este militar, as mortes ocorreram devido a impactos de cargas explosivas e Arlécio Costa terá saltado de um viatura e não sobreviveu aos ferimentos.

Infelizmente, perderam-se quatro vidas humanas, que tentámos ao máximo preservar. Três resultantes de ferimentos provocados pelos impactos da carga explosiva, e a quarta morte, o senhor Arlécio Costa, segundo informações dos presentes, saltou da viatura e caiu. Foram levados ao hospital central, mas não resistiram”, indicou Olinto Paquete.

Questionado sobre as fotografias dos quatro mortos que circulam nas redes sociais e parecem apresentar sinais de maus-tratos, o militar disse que vai ser levada a cabo uma investigação.

Não posso assegurar, não estive lá presente. Eis a razão por que foi orientado o inspetor-geral e a sua equipa para processos de averiguação. Não podemos falar de coisas que não temos ainda”, declarou.

01:01

STP Militares

Esta investigação terá o auxílio de elementos da Polícia Judiciária e um do Instituto de Medicina Legal de Portugal, que deverão chegar ao país na próxima semana.

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social-Democrata (MLSTP/PSD, na oposição) alertou hoje, na sequência do ataque ao quartel, para a "tendência de instalação de um governo ditatorial no arquipélago", segundo disse o deputado e membro da comissão política do MLSTP-PSD, Raul Cardoso.

"Perante as evidências dos atos de 25 de novembro e as ações subsequentes, o MLSTP/PSD alerta a população e a comunidade internacional sobre a tendência para a instalação de um governo ditatorial com objetivo de amordaçar a democracia e intimidar os opositores através da instalação do terror, medo e perseguição", indicou Raul Cardoso.

00:57

STP Oposição

Já Jorge Bom Jesus, antigo primeiro-ministro são-tomense e militante do MLSTP/PSD, disse estar fora do país e pediu um “inquérito internacional” para avaliar o que se passou nesta tentativa falhada de golpe de Estado. O ex-governante lamentou ainda “a forma exageradamente musculada e arbitrária como o poder tem gerido a situação”.

Continua ainda detido o antigo presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, que até sábado à noite não tinha sido ouvido pelas autoridades.

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