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Vida em França

Jovino dos Santos homenageia Amílcar Cabral e força das mulheres em novo disco

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O cantor e compositor cabo-verdiano Jovino dos Santos tem novo disco, no qual incluiu uma "Ode a Amílcar Cabral", no ano em que se lembram os 50 anos da sua morte. O álbum chama-se "Mi e sensivel" e abre em festa com uma “salsa de Cabo Verde”, sendo também ritmado por baladas em que o músico se assume como “sensível” à emigração, à beleza da “crioula encantada” e ao amor da “mamã africana”. Há, ainda, uma “catchupada” musical a descobrir. Oiça aqui.

Jovino dos Santos, autor, compositor e intérprete cabo-verdiano. RFI, Paris, 3 de Janeiro de 2023.
Jovino dos Santos, autor, compositor e intérprete cabo-verdiano. RFI, Paris, 3 de Janeiro de 2023. © Carina Branco/RFI
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“Mi e sensivel, das terra longe, na luta pela sobrevivência e com os filhos la na terra”, assim conta e canta, em crioulo, Jovino dos Santos na balada que dá nome ao álbum “Mi e sensível”. Este é o mais recente trabalho do cantor, compositor e intérprete cabo-verdiano Jovino dos Santos que vive entre França e Cabo Verde.

"É a sensibilidade que eu, como cabo-verdiano, sinto e vejo relativamente a todas as mulheres, cabo-verdianas e não só, que saem dos seus países e vêm para a Europa viver, trabalhando dificilmente. Essas mulheres deixam sempre atrás de si filhos lá na terra. Elas estão a lutar pela sua sobrevivência e pela dos filhos", começa por descrever o músico.

Neste disco, Jovino dos Santos inclui uma "Ode a Amílcar Cabral", no ano em que se comemoram os 50 anos da sua morte. O objectivo é fazer despertar "a nova geração cabo-verdiana" para "o trabalho que o Amílcar Cabral fez" porque "a liberdade não veio sozinha" e é isso que o músico quer lembrar à juventude.

Além da memória da luta pela independência dos povos colonizados, Jovino dos Santos homenageia a coragem de todos os que foram escravizados, sobretudo as mulheres.

“Neste álbum, por exemplo, ‘Mamã Africana’ é uma homenagem à mulher africana que foi capturada na época da escravatura. Tiraram-na da terra dela, meteram-na num barco e ela sem saber onde ia. Não era a vida dela, foi uma vida forçada”, sublinha Jovino dos Santos.

Há temas de memória e reflexão, mas também há temas que celebram simplesmente a vida e o amor, como “Maria Bonita”, o tema que abre, em festa, o disco e que é uma “salsa de Cabo Verde”. Jovino dos Santos cruza a sua "caboverdianidade" com "um lado mais latino" e lembra que a música de Cabo Verde é uma confluência de ritmos e batidas de vários cantos do mundo. O cantor 'cozinha', ainda, uma “catchupada” musical que acaba em festa na Praia do Calhau.

O disco é autoproduzido e ainda não há data marcada para o lançamento oficial. Por enquanto, Jovino dos Santos vai actuar na Áustria no final de Janeiro e, a 14 de Janeiro, actua em Montreuil, na região de Paris, num concerto de homenagem a Dulce Matias, a cantora cabo-verdiana que estava radicada em França e que morreu em Dezembro de 2021.

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