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Vida em França

França: Professores denunciam caos gerado pela gestão da pandemia

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Dia de greve nacional na Educação em França esta quinta-feira. Professores, auxiliares, pais e alunos denunciam os múltiplos protocolos sanitários que consideram obsoletos, protestam contra o caos gerado pela gestão da pandemia e exigem condições para fazer face à nova variante da Covid-19.

Dia de greve nacional na Educação em França.
Dia de greve nacional na Educação em França. AFP - LIONEL BONAVENTURE
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Pela primeira vez, desde o início do mandato de Emmanuel Macron, os onze sindicatos de professores juntaram-se à principal Federação dos Conselhos de Pais e Alunos e apelaram à greve massiva. Uma mobilização inédita, desde 2017, que tem como alvo directo o ministro da Educação Jean-Michel Blanquer e que faz tremer o executivo francês a três meses das eleições presidenciais.

Carla Dugault, co-presidente da Federação dos Conselhos de Pais e Alunos (FCPE) sublinha que a tutela “não ouve” as reivindicações da classe e que “os pais e as crianças estão cansados da falta de organização do ministro da Educação. Não podemos continuar assim. Todos os dias os protocolos mudam.” 

O apelo à greve foi lançado pelo SNUipp-FSU, principal sindicato de professores primários em França, e rapidamente teve a adesão de todos os outros sindicatos de docentes e a principal federação de pais e alunos. "É um momento histórico” afirma Carla Dugault.

Os manifestantes reclamam o regresso da regra de classe fechada perante um caso positivo, quarentena para caso-contacto no seio familiar e uma política preventiva com a realização semanal nas escolas de testes salivares. 

Professores e alunos queixam-se do custo das máscaras, obrigatórias para ambos: “É um peso [económico] importante para algumas famílias. A escola em França tem meios para dar as máscaras aos alunos. Há dois anos que pais e professores se esforçam para que a escola pública funcione bem. Mas o ministro [da Educação] não ouve ninguém”, lamenta Carla Dugault. 

A co-presidente da Federação dos Conselhos de Pais e Alunos (FCPE) acrescenta, ainda, que a gestão da pandemia tem consequências para o futuro das crianças. Desde o início da pandemia que “as crianças não podem ser crianças". “Os alunos estão mais ansiosos” e pais e professores vão ter de estar mais atentos “à saúde mental das crianças”.

Os sindicatos do sector já fizeram saber que após esta jornada de greve, novas acções podem vir a ser organizadas caso o Governo “continue a desvalorizar” as suas reivindicações. 

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