Tunísia, Nigéria e Etiópia merecem destaque na imprensa francesa
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Ouvir - 04:27
A guerra no Tigray, na Etiópia, gera preocupações de que a imprensa francesa se faz eco. Bem como o rapto de centenas de alunos do ensino secundário na Nigéra ou ainda o aniversário de uma década após o início da revolta na Tunísia. Os diários franceses não deixam de abordar a situação da Covid-19 com a apreensão em torno do Natal enquanto se aguarda pela chegada da vacina.
Um julgamento para a história, sintetiza em título o comunista "L'Humanité" a propósito do desfecho hoje do caso dos atentados que ensagrentaram a França em 2015.
O alcance político dos ataques foi lembrado, não obstante serem homens a ter ali comparecido, escreve o diário.
Um julgamento que durou três meses e meio.
Nas páginas do vespertino independente "Le Monde" consta a Nigéria.
De novo refém do Boko Haram, pode ler-se.
E isto devido à reivindicação pela organização extremista do rapto de mais de 330 alunos do ensino secundário.
Para alguns dos membros do Boko Haram ir à escola é pior do que um crime, é um pecado.
Qualquer aluno seria equiparado a um infiel a quem se promete sofrimento, a morte por esfaqueamento ou baleamento.
Este mesmo jornal interessa-se também pela Tunísia.
Uma década após o início da revolta contra o regime de Ben Ali o país está dominado por uma paralísia política e por uma crise social.
Quando se aborda a revolução as palavras que vêm à tona são "desencanto", "desilusão", ou "esperanças traídas".
O enviado especial deste jornal a Kasserine, na Tunísia, alega que o comércio paralelo com a Argélia é um dos únicos meios de sobrevivência numa região sempre marginalizada com um desemprego massivo.
Um órgão de informação que lembra ainda que em França foi pedida a pena perpétua contra um jihadista marroquino que em Agosto de 2015 tentou levar a cabo um ataque contra um comboio de alta velocidade de tipo Thalys, por milagre apenas duas pessoas ficaram feridas.
Também este julgamento acaba agora de conhecer o seu desfecho.
Passamos para o diário de esquerda "Libération" que dá destaque à situação na Etiópia.
Abusos à porta fechada no Tigray, escreve o jornal.
O "Libération" lembra que um porta-voz de Addis Abeba referia na semana passada que, sobre o caso, a Etiópia não precisa de baby sitter.
A região nortenha, palco de um movimento rebelde, estaria a ser agora severamente controlada pelas tropas centrais.
No católico "La Croix" fala-se dos preparativos para o Natal.
Com as autoridades francesas a preconizarem uma semana de auto-confinamento antes da Consoada e do Natal em família.
O governo apela à responsabilidade individual por forma a evitar um acréscimo das contaminações em torno da época natalícia.
Precisamente acerca da pandemia o chefe do grupo de peritos franceses sobre a Covid-19 deu uma longa entrevista ao popular "Le Parisien".
"É preciso aguentar com firmeza" afirma Jean-François Delfraissy, presidente do conselho científico.
Ele afirma que o vírus vai continuar a circular até ao fim do inverno europeu.
A chegada das vacinas não terá impacto no primeiro trimestre de 2021 e este será muito limitado ainda no segundo.
Até conseguir-se imunizar os 22 milhões de franceses de maior risco serão necessários meses, até Abril ou Maio, diz Defraissy.
Este mesmo jornal analisou a entrada em vigor na noite passada do recolher obrigatório nocturno em França.
É o dia e a noite, escreve o jornal... contrariamente à véspera em pleno confinamento, mas sem recolher obrigatório, na noite passada as ruas ficaram às moscas a partir das 20 horas.
Este mesmo jornal, noutro plano, refere que o Túnel do Canal da Mancha está saturado, mesmo antes da saída oficial do Reino Unido da União Europeia.
O tráfego de camiões de mercadorias rumo à Inglaterra aumentou substancialmente levando a horas de espera para os motoristas.
Terminamos com o conservador "Le Figaro" que, em manchete, refere que a proposta do presidente francês em organizar um referendo sobre o facto de se inscrever a luta contra as alterações climáticas na constituição gerou cepticismo junto dos partidos.
O processo em causa seria demorado e incerto.
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