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Autárquicas em Moçambique: Eleitores esperam propostas concretas

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Arrancou esta terça-feira, 26 de Setembro, a campanha para as eleições autárquicas de 11 de Outubro. Há mais de 11.500 candidatos de 11 partidos, três coligações e oito grupos de cidadãos a participar nas sextas autárquicas moçambicanas. Durante a campanha, os eleitores esperam ouvir novas propostas quanto às problemáticas dos transportes, do saneamento público ou ainda sobre o desemprego, descreve o investigador do Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP), Ivan Maússe.

Apoiantes participam numa acção de campanha eleitoral, em Maputo.
Apoiantes participam numa acção de campanha eleitoral, em Maputo. ANTÓNIO SILVA/LUSA
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Os moçambicanos vão eleger os representantes de 65 autarquias. São 12 a mais em comparação com as eleições autárquicas de 2018, em que eram 53 municípios. 

O investigador do Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP), Ivan Maússe, lembra que todas as eleições em Moçambique têm sido marcadas por conflitos. "Olhando para o panorâmico histórico dos períodos eleitorais de Moçambique, notamos que as eleições têm sido marcadas por conflitos entre os principais actores que participam nos escrutínios. Estou a falar da Frelimo, da Renamo, do MDM. Esperamos que esta campanha, de 13 dias, decorra num clima de estabilidade e num clima de paz", afirma o investigador.

Em Agosto, durante a pré-campanha eleitoral, o presidente da Renamo ameaçou "parar o país" caso um membro do maior partido da oposição fosse morto. Depois de um autarca de Nampula ter denunciado uma alegada tentativa de homicídio. No sábado, 23 de Setembro, foi vandalizado o material de propaganda do MDM na cidade capital de Gaza, XAI-XAI. 

Apesar dos vários apelos para uma campanha eleitoral sem violência, "o risco de violência é maior porque os períodos eleitorais têm sido marcados por um clima de conflito entre os principais partidos. Já vimos casas de membros de partidos a serem incendiadas, já vimos pessoas serem ameaçadas de morte, já vimos situações de agressões físicas. Esperamos que seja um momento de paz", defende Ivan Maússe.

As eleições autárquicas de 11 de Outubro vão custar mais do que previsto 3.2 mil milhões para 14 mil milhões de meticais a Moçambique. "Quase todos os processos eleitorais em Moçambique foram marcados pela questão financeira. Diz-se que o dinheiro que se tem é pouco e que não é possível que sejam financiadas as eleições, mas no fim do dia o dinheiro acaba por aparecer. Se aparece por vias legais ou por vias formais, não se sabe. Não se sabe se esse discurso de que há pouco orçamento é para explicar a ineficácia ou a ineficiência do processo eleitoral ou se é uma maneira de desencorajar que haja eleições em Moçambique", concluiu o investigador.

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