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PAIGC "vai precisar" do PRS para reformar a Guiné-Bissau

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Mesmo com uma maioria absoluta conseguida nas eleições legislativas de 4 de Junho, a coligação PAI – Terra Ranka poderá escolher coligar-se com o Partido de Renovação Social (PRS) de forma a dar estabilidade ao seu mandato, numa altura em que o país vai precisar de reformar a Constituição, mas também a lei eleitoral, como disse Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS.

Os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau foram divulgados na quinta-feira.
Os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau foram divulgados na quinta-feira. LUSA - ANDRÉ KOSTERS
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Foram conhecidos na quinta-feira os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau, com a coligação PAI – Terra Ranka a ganhar com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 ligares do Parlamento. Estes resultados indicam ainda que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia e o PRS conseguiu 12 deputados.

Para já, partidos e o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, aceitaram este resultado e felicitaram o cabeça de lista, Domingos Simões Pereira, esperando-se agora que este venha a formar Governo.

De forma a fortalecer o seu mandato, Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS, disse em entrevista à RFI que a coligação PAI – Terra Ranka devia alargar o entendimento ao PRS.

"Durante toda a campanha eleitoral, pelo discurso, parece que o PRS e o PAIGC assinaram um pacto de não-agressão. Foi aquilo que se verificou ao longo da campanha e eu acho que o discurso do PAIGC e do PRS parecem andar de mãos-dadas porque, de facto, o PAIGC vai precisar do PRS para dar início às reformas legais no país. Desde a Constituição da República, da própria lei eleitoral e aproveitar este contexto em que tem maioria absoluta com uma aliança com o PRS", disse Seco Duarte Nhaga falando numa "grande coligação".

É esta coligação que vai permitir, segundo este jovem analista, "dar resposta às necessidades de reestruturação da administração pública para o país poder sacudir esta situação em que se encontra". O resultado nas urnas, com uma participação dos guineenses que se estima acima dos 70%, é para Seco Duarte Nhaga uma resposta à governação dos últimos anos na Guiné-Bissau.

"O que nós assitimos ao longo destes três anos foi uma desintegração do Estado por completo, já que se verificou um recuo efectivo no tocante ao processo de edificação da democracia na Guiné-Bissau. Nós vimos todos os direitos dos cidadãos limitados, espancamentos, rádios que foram encerradas, vimos partidos políticos, especiaficamente o PAIGC que foi impedido de realizar o seu congresso com violência policial. Assitimos a abusos de poder, e quase um monopólio de poder centralizado na pessoa de Umaro Sissoco Embaló. O governo servia de simples estrutura comandada pelo Presidente da República", indicou.

Para Seco Duarte Nhaga o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, está a preparar uma "nova jogada política" ao dizer quer colaborar com o novo Governo.

"A sua repentina abertura para a colaboração com o Governo liderado pelo PAIGC, na minha leitura, acho que o Presidente da República talvez esteja a arquitectar uma nova jogada política, é impensável", indicou.

Para o futuro do país, há que dar atenção à comercialização da castanha de caju e melhorar o poder de compra dos guineenses, que têm sofrido os efeitos da inflação.

"O próximo executivo tem responsabilidade de dar respostas às questões prementes como resolver a questão da campanha de comercialização da castanha de caju. A nossa economia depeonde a mais de 90% da comercializaçao da castanha de caju. Outro problema é a subida de preços de produtos de primeira necessidade. Hoje o cidadão guineense que tem uma salário mínimo de 50 mil francos CFA, aproximadamente 80 euros, o cidadão guineense hoje compra um saco de arroz de 50 kg a 22 ou 23 mil francos, portanto não há bolso do guineense que sustente esta subida de preços", concluiu.

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