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Direita francesa quer deixar reforma das pensões "melhor" e mais igualitária" para todos

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Os franceses continuam mais uma semana de protestos contra a reforma do sistema de pensões, na altura em que a proposta do Governo chega ao hemiciclo da Assembleia Nacional. Sem maioria absoluta para aprovar esta lei, o partido de Emmanuel Macron, precisa da ajuda d’Os Republicanos, o maior partido da direita francesa que tem 61 deputados e que está a negociar com o executivo alterações ao que foi apresentado inicialmente.

Os Republicanos podem ajudar a viabilizar a reforma das pensões em França mediante concessões por parte do Governo.
Os Republicanos podem ajudar a viabilizar a reforma das pensões em França mediante concessões por parte do Governo. REUTERS - GONZALO FUENTES
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Os Republicanos conseguiram este fim de semana mais uma vitória no braço de ferro negocial com o Governo, com a primeira-ministra a admitir que os franceses que começaram a trabalhar entre os 20 e 21 anos se vão poder reformar a partir dos 63 anos, um ano mais cedo que a generalidade da população nesta nova proposta. Este era um ponto de honra para os partidários da direita tradicional que querem proteger quem teve carreiras longas.

Paulo Marques, autarca d’Os Republicanos em Aulnay-sous-Bois, nos arredores de Paris, considera que o seu partido através das propostas que vai apresentar vai deixar esta reforma mais “igualitária” e fazer com que seja “uma boa lei para todos”.

"É óbvio que a intervenção d'Os Republicanos vai ser essencial, mas é uma oposição. Esta não é a lei que nós queremos, mas é óbvio que algumas situações nós tínhamos falado em campanha eleitoral. No entanto, é de verificar que o facto de pormos na lei as várias propostas que tínhamos feito vai permitir que Os Republicanos possa fazer com que esta lei possa ter igualdade e que seja uma boa lei para todos", disse o autarca.

Esta reforma, proposta por Emmanuel Macron logo no seu primeira mandato, tem levado às ruas milhões de franceses desde o início de Janeiro, devido ao aumento da idade de reforma para os 64 anos, sendo que actualmente se situa nos 62 anos, uma situação que, segundo Paulo Marques, é agravada pela falta de negociação à esquerda.

"O movimento social vai continuar, sempre foi assim. Vai continuar durante as próximas duas semanas de debates na Assembleia Nacional. É de lastimar que a esquerda e a extrema-esquerda não queiram debater e só querem a reforma a 60 anos, portanto não vai haver debate com eles. Há um bloqueio e isos faz com que haja vontade manifestar, com a extrema-direita a tentar encontrar também um sítio para ser visível", concluiu o autarca.

No entanto, mesmo dentro d'Os Republicanos, o apoio a esta reforma não é consensual, com um grupo de cerca de 15 deputados a ter uma opinião dissonante sobre a reforma do sistema de pensões apresentada pelo Governo, comprometendo a aprovação final. Um facto que Paulo Marques diz demonstrar a independência dos deputados  o pluralismo de opiniões dentro do partido.

 

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