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Eleitores angolanos "pedem mudança na continuidade"

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Com 86,41% dos votos contabilizados, os resultados provisórios das eleições em Angola dão vitória ao partido no poder com 52,08% dos votos contra 42,98% da UNITA. Estes são últimos resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral de Angola.

Angolanos observam os resultados eleitorais afixadas junto às assembleias de voto onde decorreram as votações para as eleições gerais de Angola 2022, no município de Viana, Luanda, Angola, 25 de Agosto de 2022.
Angolanos observam os resultados eleitorais afixadas junto às assembleias de voto onde decorreram as votações para as eleições gerais de Angola 2022, no município de Viana, Luanda, Angola, 25 de Agosto de 2022. LUSA - PAULO NOVAIS
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Em Luanda, os resultados invertem-se. O MPLA consegue 33% dos votos e a UNITA 62%. Resultados que "não são surpreendentes", segundo o economista angolano, Carlos Rosado, lembrando que "o valor de 62% é um resultado fantástico para a UNITA. De alguma maneira esta vitória [em Luanda] já era esperada". Não há sondagens em Angola e "a verdadeira sondagem é a sondagem das urnas"

O MPLA está a liderar os resultados provisórios das eleições em Angola, com 52,08%, num momento em que já foram escrutinados 86,41% dos votos a nível nacional. A UNITA surge como segunda força, com 42,98% dos votos dos angolanos. Seguem-se o PRS com 1,18%, o FNLA com 1,07%, o PHA com 1,02%, a CASA-CE com 0,73%, o APN com 0,48% e o P-NJANGO com 0,42%.

"Tenho a certeza de que os resultados seriam completamente diferentes se a comunicação social tivesse um comportamento diferente, mais imparcial. Os melhores resultados do MPLA são nas províncias onde há menos instrução das pessoas, há menos acesso à internet e menos acesso à informação. Nesses locais, a única coisa que chega são os órgãos de comunicação social públicos; a Rádio Nacional de Angola, a Televisão Pública de Angola, o Jornal de Angola. O epicentro da fraude eleitoral em Angola está na comunicação social pública, da mesma forma que o epicentro da corrupção estava na Sonangol", descreve o economista.

"Tal como tem vindo a acontecer desde 2008 e 2012, o MPLA tem vindo a perder cerca de 10% a cada eleição", lembra Carlos Rosado. A corrida à liderança nunca foi tão renhida desde o regresso da Paz a Angola, em 2002. "A confirmarem-se estes resultados, aquilo que os eleitores pedem é mudança na continuidade. Os eleitores votaram na continuidade do MPLA, mas há claros sinais de querer mudança ao nível das políticas e da forma como o Presidente se relaciona com as pessoas", concluiu.

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