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Os arquivos esquecidos das mulheres africanas de Eurídice Zaituna Kala

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Até ao mês de Outubro, a artista moçambicana Eurídice Zaituna Kala integra a exposição “Globalisto, uma filosofia em Movimento” no Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Saint-Étienne Metrópole, com a curadoria do artista sul-africano Mo Laudi.

Uma das obras de Eurídice Zaituna Kala que integra a exposição “Globalisto, uma filosofia em Movimento”.
Uma das obras de Eurídice Zaituna Kala que integra a exposição “Globalisto, uma filosofia em Movimento”. © FMM
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Eu conheço o Mo Laudi, acompanho o seu trabalho como DJ ou  produtor de música e temos afinidades. Acho que este convite chega em mim a partir de certas afinidades, de reflexão, de meditação sobre arte em geral, arte africana no contexto europeu, a arte diaspórica, o que quer dizer um corpo africano na Europa hoje em dia. 

Então, acho que parte dessas afinidades, desses questionamentos que são entrecruzados entre o seu trabalho de músico e produtor cultural e o meu trabalho de artista”, sublinhou.

Para esta exposição que visa recontar e misturar a negritude e apresentar o mundo sob a lente panafricanista Eurídice Zaituna Kala trouxe dois trabalho que integra a série “Je suis l’archive” (“Eu sou o arquivo"), que apresentou em Setembro de 2020 em Paris.

O ponto de partida foram os arquivos do fundo Marc Vaux, guardados no Centro Georges Pompidou. Completamente submersa neste arquivo fotográfico, Euridice Zaituna Kala incorpora este arquivo e parte à procura das figuras, dos corpos negros arquivados sem legenda, quase como esquecidos ou apagados da história. 

A moçambicana recuperar essas imagens dá-lhes forma e um contexto, como se de uma reposição histórica se tratasse. 

Estes trabalhos fazem parte de uma longa série, que integra uma exposição que mostrei na Villa Vassilieff, em Paris, em 2020 e que se chamava “Je suis l’archive”. Foi uma exploração de um fundo de imagens chamado Marc Vaux.

Então, este trabalho nasce da frustração de não ter encontrado figuras importantes da arte diaspórica africana, nem da arte afro-americana, nem de pessoas dessas providências. Para mim foi uma compilação dessas frustrações. Essa frustração de não ter encontrado figuras de proveniências que me são familiares, sendo uma artista negra moçambicana baseada aqui na Europa”. 

A exposição “Globalisto, uma filosofia em Movimento”, que tem África em destaque, tem a curadoria do sul-africano Mo Laudi, conta obras de dezanove artistas e fica patente no Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Saint-Étienne Metrópole até ao dia 16 de Outubro.

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