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Activista russa considera que opressão torna difícil cenário de revolução na Rússia

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Ksenia Ashrafullina, opositora russa que vive há quase 10 anos em Portugal, considera que o clima de terror gerado pelo Kremlin afasta a possibilidade de uma revolução interna que venha a derrubar Putin, pedindo aos países ocidentais para não fecharem as fronteiras aos russos que queiram abandonar o seu país.

Ksenia Ashrafullina tem participado nas manifestações quase diárias na Praça do Comércio, em Lisboa, demonstrando apoio à Ucrânia e à comunidade ucraniana em Portugal.
Ksenia Ashrafullina tem participado nas manifestações quase diárias na Praça do Comércio, em Lisboa, demonstrando apoio à Ucrânia e à comunidade ucraniana em Portugal. © Alexei Todosko
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A invasão da Ucrânia é a face mais visível da mão de ferro de Vladimir Putin à frente do Kremlin, mas há mais de duas décadas que os russos sentem no seu quotidiano o peso deste regime.

"Esta é uma guerra de Putin. [...] Quando há uma corrupção de tamanho cósmico, como na Rússia, 100 pessoas de 140 milhões ficam com quase tudo. Putin criou um sistema de desigualdade onde poucos têm tudo e o resto é pobre. O resto tem de aceitar trabalhos como polícias e militares porque é assim que o Estado paga pela opressão. Em Moscovo, as pessoas saem à rua e são oprimidos pelos polícias", descreveu a activista russa.

Ksenia Ashrafullina afirma que esta é uma guerra do regime de Putin e dos oligarcas que o rodeiam, descrevendo o clima de "terror" em que vive a população russa, especialmente quem se opõe a Putin e às suas ideias.

"Temos um país oprimido. As pessoas saem e enfrentam 20 anos de prisão porque manifestar-se é considerado como uma traição ao país. Os russos, como nunca antes, estão oprimidos. Eles tentam opor-se, mas são presos. As pessoas têm medo. O terror funciona, é este o modelo que Putin construiu. Não vejo agora, embora espere, como as pessoas vão fazer uma revolução", afirmou.

Para esta empresária, ajudar a Ucrânia é ajudar a libertar a Rússia do domínio de Vladimir Putin.

"Quem pode livrar a Rússia, é a Ucrânia. Se no início da guerra parecia esquisito doar ao exército ucraniano, agora é claro que eles estão a combater pelo nosso futuro, em todo o Mundo. O apoio chegou tarde à Ucrânia", constatou.

Ksenia Ashrafullina deixa o apelo a que as fronteiras não se fechem a quem ainda faz frente na Rússia ao regime de Vladimir Putin.

Só no domingo, a polícia russa prendeu mais de três mil pessoas que se manifestaram em várias cidades no país, elevando para mais de 10 mil o número de russos detidos por se oporem à guerra contra a Ucrânia.

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